Domingo, 05 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 5 de outubro de 2025
A Neuralink Corp., empresa de implantes cerebrais do bilionário Elon Musk, submeteu um artigo científico a uma revista descrevendo os resultados de alguns de seus pacientes, o que seria sua primeira publicação revisada com dados humanos.
O artigo foi enviado ao New England Journal of Medicine. Ele descreve os três primeiros pacientes que receberam o implante do dispositivo Neuralink, incluindo dados de segurança, de acordo com Michael Lawton. Lawton é CEO e presidente do Barrow Neurological Institute, que é um local de testes clínicos da Neuralink.
A Neuralink é uma das várias empresas que desenvolvem interfaces cérebro-computador (brain-computer interfaces), que permitem a comunicação direta entre o cérebro e dispositivos eletrônicos. A empresa arrecadou mais de US$ 1 bilhão e foi avaliada em US$ 9 bilhões em sua rodada de captação de recursos mais recente. No entanto, a Neuralink ainda não publicou dados humanos revisados por pares.
Cientistas externos poderiam usar esses resultados para avaliar de forma independente o quão bem seus dispositivos funcionam.
O fundador da Neuralink tem atraído maior atenção e investimento para o campo, acelerando a pesquisa e o desenvolvimento em diversas outras empresas. Outras empresas e acadêmicos têm publicado amplamente na área.
Lawton compartilhou esses detalhes em uma conversa à margem de uma conferência sobre implantes cerebrais em Nova York, organizada pelo Mount Sinai Health System. Ele se recusou a fornecer mais detalhes sobre o artigo. A empresa divulgou anteriormente que colocou seu implante em 12 pessoas até agora.
O presidente da empresa, DJ Seo, disse em setembro que a Neuralink espera colocar seu dispositivo em uma pessoa saudável até 2030. Até agora, os dispositivos cerebrais que os pacientes usam para controlar computadores foram implantados experimentalmente apenas em pacientes com necessidades médicas graves.
Lawton afirmou que a Neuralink tem “a visão de aplicar um link a praticamente qualquer pessoa que possa ter uma possível necessidade”. Ele fez essa declaração em um painel moderado pela Bloomberg News na conferência de sexta-feira. No entanto, ele acrescentou que a empresa está “muito longe” de fazer isso em uma pessoa saudável. “Eles têm sido muito meticulosos em focar em pacientes doentes com deficiência”, afirmou.
A empresa tem como objetivo implantar seus chips em 20.000 pessoas por ano até 2031 e gerar pelo menos US$ 1 bilhão em receita anual.
Além de seu dispositivo que ajuda as pessoas a controlar computadores, a Neuralink também está trabalhando em chips para restaurar a visão, ler a fala a partir do cérebro e tratar o Parkinson.