Home Política Empresário Luciano Hang se afasta até de Flávio Bolsonaro na corrida presidencial de 2026

O empresário Luciano Hang, fundador e proprietário da rede de lojas Havan, tem adotado uma postura mais distante do debate político e não demonstra intenção de participar ativamente da campanha presidencial de 2026. Nas duas eleições mais recentes para o Palácio do Planalto, Hang foi um apoiador declarado do então presidente Jair Bolsonaro, atuando como aliado próximo e figura frequente em manifestações públicas de apoio. No entanto, pessoas de seu círculo mais próximo afirmam que, neste momento, o empresário tem priorizado integralmente os negócios.

Segundo essas fontes, o foco de Hang está voltado para a expansão da Havan, que pretende alcançar, em 2026, a marca de 200 lojas espalhadas por todos os Estados do país. A meta coincide com a celebração dos 40 anos de fundação da empresa, considerada um marco simbólico para o empresário. A avaliação entre aliados é que esse projeto empresarial tem consumido grande parte de sua atenção e energia, reduzindo o espaço para engajamento político direto.

A ausência de Hang não passou despercebida entre integrantes do campo bolsonarista. Ele não participou de encontros recentes que reuniram executivos e empresários com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), apontado como pré-candidato à Presidência da República na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde que foi indicado pelo pai como possível nome para a disputa, Flávio Bolsonaro tem intensificado reuniões com representantes do setor empresarial, em especial com grupos ligados à Faria Lima, com o objetivo de ampliar seu diálogo com o mercado financeiro e produtivo.

Entre os empresários que já participaram dessas conversas estão nomes como Richard Gerdau, do grupo Gerdau; Alexandre Ostrowiecki, da Multilaser; Helio Seibel, da Duratex; Flávio Rocha, da Riachuelo; e Mario Araripe, da Casa dos Ventos. Luciano Hang, no entanto, não integrou essa lista. Procurado para comentar sua ausência ou esclarecer sua posição em relação às articulações políticas, o dono da Havan não respondeu aos contatos.

Em um dos encontros promovidos por Flávio Bolsonaro com representantes do empresariado da Faria Lima, o senador ouviu avaliações críticas sobre o estilo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo relatos, empresários apontaram o temperamento considerado mais explosivo e imprevisível do ex-mandatário como um fator de desgaste. Ao mesmo tempo, Flávio recebeu comentários positivos por adotar uma postura vista como mais moderada e “centrada”.

Durante essas conversas, líderes empresariais também destacaram que, na visão deles, o governo Bolsonaro contou com um programa econômico bem estruturado sob a condução de Paulo Guedes, embora tenha enfrentado dificuldades na comunicação e no relacionamento institucional. Atualmente preso por tentativa de golpe, o ex-presidente foi citado como alguém que perdeu apoio por esse motivo. Flávio Bolsonaro, por sua vez, busca se diferenciar do pai, tentando atrair parte do empresariado que hoje demonstra maior proximidade com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e reforçar a ideia de que possui um estilo político distinto. (Com informações da Coluna do Estadão, de O Estado de S. Paulo)