Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home em foco Estados Unidos dizem que momento para Bolsonaro “se solidarizar” com a Rússia “não poderia ser pior”

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Os Estados Unidos criticaram nessa quinta-feira (17) o momento e o conteúdo do encontro do presidente Jair Bolsonaro com o presidente russo Vladimir Putin.

“Vemos uma narrativa falsa de que nosso engajamento com o Brasil em relação à Rússia envolve pedir ao Brasil que escolha entre os Estados Unidos e a Rússia. Esse não é o caso. A questão é que o Brasil, como um país importante, parece ignorar a agressão armada por uma grande potência contra um vizinho menor, uma postura inconsistente com sua ênfase histórica na paz e na diplomacia”, disse um porta- voz do Departamento de Estado.

O governo americano também se mostrou irritado com a declaração de solidariedade do presidente Jair Bolsonaro à Rússia.

“O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia, enquanto as forças russas estão se preparando para potencialmente lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ter sido pior. Isso mina a diplomacia internacional destinada a evitar um desastre estratégico e humanitário, bem como os próprios apelos do Brasil por uma solução pacífica para a crise”, afirmou o porta-voz.

Na última quarta (16), Bolsonaro se reuniu com Putin e disse, ao lado do líder russo: “Somos solidários a todos aqueles países que querem e se empenham pela paz”. Antes do encontro, ao falar sobre uma eventual reação americana à movimentação militar russa, Bolsonaro disse que Putin “busca a paz”.

“Não (temo reação). O Brasil é um país soberano. Sim, tivemos informações de que alguns países não gostariam que o evento (a reunião de Bolsonaro e Putin) se realizasse, que o pior poderia acontecer com nossa presença aqui. Entendo a leitura do presidente Putin, que ele é uma pessoa que busca a paz. E qualquer conflito não interessa a ninguém no mundo”, afirmou Bolsonaro.

Em outro momento, Bolsonaro voltou a afirmar que, em sua opinião, Putin busca a paz.

“Mensagem errada”

Em meio a escalada da tensão na Ucrânia, desde janeiro, o secretário de estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, conversou duas vezes com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França.

Eles discutiram a visita de Bolsonaro a Moscou. Os americanos avisaram que uma foto de Bolsonaro com Putin poderia enviar uma mensagem errada, mas o governo americano não pediu para a viagem ser cancelada. O assessor de segurança nacional da Casa Branca respondeu dias antes da visita que “o presidente brasileiro é livre para conduzir sua própria diplomacia, inclusive com a Rússia”.

Os EUA pediram que o presidente brasileiro entregasse uma mensagem de princípios ao presidente Putin sobre a importância de seguir o caminho diplomático, diminuir as tensões na região e respeitar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia.

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