Domingo, 19 de Maio de 2024

Home Rio Grande do Sul Estudo aponta que o Rio Grande do Sul terá déficit de 10 mil professores na Educação Básica em 2040

Compartilhe esta notícia:

Estudo divulgado nesta terça-feira (10) pelo Sesi-RS (Serviço Social da Indústria) estima que o Rio Grande do Sul terá um déficit de 10 mil professores na Educação Básica em 2040.

A constatação é fruto de um trabalho realizado pelo Observatório Sesi da Educação, a partir de dados sobre a relação aluno-professor e projeções demográficas, o que permite estimar a demanda futura de docentes com base nas matrículas previstas.

Conforme as projeções, o RS terá um quadro de 83.783 docentes em atividade em 2040, mas a demanda de alunos exigirá que esse contingente seja de 94.137 professores – o que configura um déficit de 10.354 profissionais nas redes pública e privada.

Para o superintendente do Sesi-RS, Juliano Colombo, o estudo traz um importante alerta para a sociedade gaúcha, tendo em vista o papel fundamental dos educadores para o desenvolvimento socioeconômico.

“Este é um dos primeiros estudos divulgados pelo Observatório da Educação e tem como objetivo fomentar a discussão sobre as políticas públicas voltadas à formação dos professores e à atratividade da carreira. O cenário de déficit de docentes em um futuro próximo demanda o envolvimento de todos os atores sociais na construção de soluções”, afirma Colombo.

Em 2022, considerando-se o total da população gaúcha em idade escolar e as estimativas de oferta e necessidade de docentes, há um saldo positivo de 37,4 mil. De acordo com os dados do estudo, o ponto de virada se dará em 2035, quando a demanda estimada de professores será, pela primeira vez, superior à oferta. Para efeito de comparação, o volume de docentes apresenta uma redução quatro vezes maior do que o número de estudantes na Educação Básica.

Possíveis causas do déficit de professores

Os pesquisadores do Observatório Sesi da Educação apontam, no estudo, possíveis razões para a progressiva redução no número de docentes no RS. Entre elas, estão o desinteresse na carreira – amparado por dados que mostram redução de 59% no número de concluintes em cursos de licenciatura (que formam professores), entre 2010 e 2021 – e o envelhecimento dos profissionais da categoria (houve aumento no contingente acima de 40 anos e diminuição naqueles da faixa dos 25 aos 29 anos).

Outros fatores são a taxa de evasão dos cursos de licenciatura, correspondente a 59% das matrículas no Brasil, em 2021, e a remuneração docente. Segundo dados de 2021 da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), os professores gaúchos ganham, em média, um salário de R$ 4.024.

Na comparação com profissionais de áreas semelhantes, mas que não atuam como docentes, fica clara a diferença salarial. Em exatas (físicos, químicos e matemáticos), a média salarial é 67% maior do que a dos professores.

Caminhos sugeridos

O estudo do Sesi sugere possíveis saídas para alterar a projeção de déficit de docentes. Em relação às formações Inicial e Continuada, são as seguintes:

– Ofertar espaços de experimentação;

– Formar professores que formam outros professores;

– Qualificar os profissionais sem formação adequada para a docência;

– Focar na formação em serviço;

– Qualificar a matriz curricular da formação inicial;

– Criar programa de iniciação para novos professores.

Há também sugestões relacionadas à atratividade da carreira docente, como promover a valorização da carreira de magistério, instaurar um programa de orientação e realizar pesquisas sistemáticas com professores.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Rio Grande do Sul

Comissão da Câmara dos Deputados aprova projeto para proibir casamento entre pessoas do mesmo sexo
Fechamento de passagem no Egito dificulta saída de brasileiros de Gaza
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa Na Madrugada