Sábado, 25 de Outubro de 2025

Home em foco Ex-ministro da Justiça, Anderson Torres diz à CPMI que jamais imaginou que haveria ataque em 8 de janeiro

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Nessa terça-feira (8), o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, falou publicamente pela primeira vez sobre as acusações que enfrenta. Ao longo dos 15 minutos de sua fala de abertura na sessão da CPMI do 8 de janeiro na qual depõe, Torres deu sua versão, por exemplo, sobre a chamada “minuta do golpe”. Ele também disse em depoimento que jamais imaginou que haveria ataque em 8 de janeiro.

Em depoimento, o ex-ministro disse que o planejamento de segurança para os atos do dia 8 de janeiro não indicava qualquer risco de ruptura ou eventos de terrorismo como os registrados naquele domingo. Segundo Torres, considerando os planos de monitoramento para aquela manifestação, “só se caísse uma bomba” os atos teriam chegado àquele patamar de destruição. Naquele momento, Anderson Torres era secretário de Segurança Pública do governo do Distrito Federal.

Após os ataques contra as sedes dos Três Poderes, a Polícia Federal (PF) encontrou, no dia 10 de janeiro, durante busca e apreensão na casa de Torres um documento que decretava uma intervenção contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o chamado “estado de defesa”, para anular o resultado da eleição do ano passado, terminada com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em seu depoimento nessa terça, o ex-ministro da Justiça chamou o texto de “apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta que vai para a coleção de absurdos que constantemente chegam aos detentores de cargos públicos”.

Torres alegou que por “sobrecarga de trabalho” ele costumava levar pasta de documentos que recebia no ministério para casa.

“Os documentos importantes eram despachados e retornavam ao ministério, sendo os demais descartados. Um desses documentos deixados para descarte foi o texto chamado de minuta do golpe. Basta uma breve leitura para que se perceba ser imprestável para qualquer fim, uma verdadeira aberração jurídica”, disse.

“Este papel não foi para o lixo por mero descuido. Não sei quem entregou este documento apócrifo e desconheço as circunstâncias em que foi produzido. Sequer cogitei encaminhar ou mostrar para alguém. Soube pela imprensa que outras pessoas haviam recebido documentos com teor semelhante e que estes circulavam pela internet. Esta é a verdade. Nada mais posso dizer sobre isso”, completou.

Operação da PRF nas eleições

Outra acusação que paira sobre torres diz respeito aos bloqueios realizados por policiais rodoviários federais em rodovias durante o segundo turno das eleições em outubro do ano passado. A PRF está sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça.

A suspeita é que os bloqueios tenham sido realizados em cidades e estados onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais votos no primeiro turno, com vantagem eleitoral sobre Bolsonaro.

Torres afirmou nesta terça-feira (8) que a diretoria de inteligência do ministério produziu uma planilha “onde constavam os locais onde os candidatos Lula e Bolsonaro obtiveram mais de 75% dos votos no primeiro turno, com o intuito de fazer um cruzamento e tentar identificar possíveis crimes eleitorais nestes redutos”, mas o documento não teria sido compartilhado com a PRF.

“Gostaria de esclarecer que não houve interferência do Ministério da Justiça no planejamento operacional da PRF e que a informação recebida do diretor-geral era a de que o planejamento do segundo turno tinha sido semelhante ao do primeiro turno e foi executado sem alterações”, acrescentou.

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