Sábado, 04 de Maio de 2024

Home em foco Ex-vice-presidente do Equador envia carta com pedido de ajuda a Lula

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O ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas, fez um pedido de ajuda ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos líderes da Colômbia e do México, após ser preso no dia 5 de abril, quando a polícia equatoriana invadiu a embaixada mexicana em Quito — uma ação condenada pela comunidade internacional.

Em sua mensagem a Lula e a Gustavo Petro, datada de 15 de abril, Glas afirma que foi retirado da embaixada com tortura. Petro havia anunciado anteriormente que solicitaria à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) medidas cautelares em favor de Glas, que foi hospitalizado entre 8 e 9 de abril por se recusar a receber alimentos na prisão, segundo autoridades equatorianas.

“Estou na pior prisão do Equador e em greve de fome. Ajude-me”, pede Glas ao presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, em um manuscrito também com data de 15 de abril, ao qual a AFP teve acesso.

Glas, de 54 anos, agradece a López Obrador pelo asilo e lhe pede “perdão como equatoriano” pela invasão à sede diplomática. “Existe aqui uma perseguição brutal a todos os progressistas. Somente a ajuda internacional pode fazer alguma coisa”, ressalta o ex-vice-presidente em cartas dirigidas a López Obrador e aos presidentes de Brasil e Colômbia.

Condenado por corrupção, o ex-vice-presidente está em uma prisão de segurança máxima da cidade de Guayaquil. O governo do Equador considera ilegal o asilo político concedido a Glas um dia antes da operação policial, alegando que essa figura exclui crimes comuns. Mas o governo mexicano vê sinais de perseguição política contra o ex-vice-presidente, que se refugiou na embaixada em dezembro, quando se encontrava em liberdade condicional.

O ex-vice-presidente refugiou-se na embaixada depois que a Justiça emitiu um mandado de prisão contra ele por outro suposto caso de corrupção.

Liderança regional

A carta foi entregue a Lula pelo ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper, antes do encontro do chefe de Estado brasileiro com o presidente colombiano, Gustavo Petro. Samper definiu a carta como “desesperada” e contou que aproveitou a visita de Lula para entregá-la pessoalmente ao presidente brasileiro, com uma transcrição, já que a letra está, segundo ele, “bastante ilegível”.

O ex-presidente colombiano contou que Lula manifestou “muita preocupação” com a invasão da embaixada e se mostrou “consternado” com a situação de Glas. “Ele expressou para mim preocupação com a vida e com o grito de uma pessoa que está em dificuldades”, relatou.

Quando questionado sobre a escolha do chefe de Estado brasileiro como receptor do pedido, Samper disse que “o presidente Lula tem um reconhecimento e uma liderança indiscutível na região, suas opiniões são muito ouvidas e acho que por isso recorreram a ele”.

Samper acredita que, diante do pedido, o presidente brasileiro ativará mecanismos diplomáticos ou fará algum pronunciamento nos próximos dias.

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