Domingo, 26 de Outubro de 2025

Home Saúde Exame de sangue detecta Alzheimer em descoberta de cientistas brasileiros

Compartilhe esta notícia:

Estudos desenvolvidos por cientistas brasileiros representam um avanço significativo no diagnóstico do Alzheimer. Exames de sangue detectaram a doença com precisão de 90% e o método poderia ser disponibilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no futuro.

A descoberta é mérito de 23 pesquisadores, sendo oito brasileiros, com apoio do Instituto Serrapilheira. Eles analisaram mais de 110 estudos com cerca de 30 mil pessoas e confirmaram que a proteína p-tau217 é o principal biomarcador para distinguir pacientes com Alzheimer de indivíduos saudáveis.

Segundo a Agência Brasil, o exame apresentou alto nível de confiabilidade, acima do padrão de 90% recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Outro estudo na mesma linha, realizado por pesquisadores do Instituto D’Or e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), alcançou os mesmos resultados.

“São duas regiões diferentes do país, com genética e características socioculturais completamente diferente e o exame funcionou muito bem”, destaca Eduardo Zimmer, pesquisador da UFRGS ouvido pela Agência Brasil.

Conforme a OMS, 57 milhões de pessoas no mundo possuem com algum tipo de demência e 60% delas são diagnosticadas com Alzheimer. No Brasil, o Relatório Nacional sobre Demência de 2024 estima cerca de 1,8 milhão de pessoas com a doença, número que pode triplicar até 2050.

Diagnóstico

O teste do sangue do paciente seria uma alternativa aos outros dois exames possíveis: o exame de líquor, procedimento invasivo de punção na lombar, e a tomografia, exame de imagem do cérebro.

Os métodos, porém, são pouco acessíveis a nível de saúde pública. Segundo Eduardo Zimmer, o exame de imagem é caro para ser disponibilizado no SUS e a punção exige infraestrutura e experiência de um neurologista.

“Tanto o exame de líquor quanto a tomografia podem ser solicitados pelo médico para o diagnóstico da doença de Alzheimer assistido por biomarcadores. O problema é que quando pensamos num país como o Brasil, continental, com 160 milhões de pessoas que dependem do SUS, como vamos fazer esses exames em larga escala?”, questiona o cientista.

O Ministério da Saúde destaca que o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e em tempo oportuno é fundamental para aliviar os sintomas da doença e estabilizar ou retardar sua progressão. Atualmente, os profissionais de saúde chegam à doença por exclusão.

Próximos passos

O diagnóstico por exame de sangue já existe na rede privada, mas o custo do teste americano PrecivityAD2 pode chegar a R$ 3,6 mil no Brasil. Para que o novo método chegue no SUS, contudo, ainda há um longo caminho.

“Precisamos de várias avaliações para entender onde as análises serão feitas, quando esses exames vão ser utilizados, que população será beneficiada, se vai acelerar ou não o diagnóstico no SUS”, explica Eduardo Zimmer à Agência Brasil.

Os resultados definitivos só estarão disponíveis em cerca de dois anos. Os pesquisadores iniciarão análises em pessoas com mais de 55 anos, para mapear a fase pré-clínica do Alzheimer, quando o paciente ainda não apresenta sintomas.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Saúde

Casos de sífilis avançam no Brasil. Veja tira-dúvidas sobre a doença
Astrônomos podem ter encontrado novo planeta no Sistema Solar após 170 anos
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play
Ocultar
Fechar
Clique no botão acima para ouvir ao vivo
Volume

No Ar: Programa Pampa News