Segunda-feira, 10 de Novembro de 2025

Home Brasil Exportação brasileira cresce para Ásia e Europa e bate recorde no acumulado do ano com tarifaço

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No terceiro mês de vigência do tarifaço do presidente americano, Donald Trump, os Estados Unidos foram o principal ponto de inflexão do comércio exterior brasileiro em outubro. As exportações brasileiras para os EUA caíram 37,9%, o que representa uma redução de US$ 1,4 bilhão em relação ao mesmo mês do ano anterior.

A queda das vendas para os EUA não impediu um crescimento do total de exportações brasileiras: os embarques para todos os países cresceram 9,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as importações caíram 0,8% nessa mesma comparação.

A forte retração nas compras dos EUA fez a América do Norte ser a única região com saldo negativo nas vendas externas do Brasil, com queda total de 24,13%.

O desempenho americano contrasta com o avanço generalizado das exportações para outras regiões do mundo. A Ásia teve alta de 21,2%, liderada pela China, que ampliou suas compras em 33,4% (US$ 2,3 bilhões). Também cresceram as vendas para:

Índia (+55,5%)
Cingapura (+29,2%)
Filipinas (+22,4%)

Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Em outubro, as exportações somaram US$ 31,97 bilhões e as importações, US$ 25,01 bilhões, com saldo positivo de US$ 6,96 bilhões e corrente de comércio de US$ 56,98 bilhões.

Recorde de vendas, compras e saldo em 2025

No acumulado do ano, as exportações totalizaram US$ 289,73 bilhões e as importações somaram US$ 237,33 bilhões. Houve um saldo positivo de US$ 52,395 bilhões e corrente de comércio de US$ 527,067 bilhões no período.

Os dados mostram que o Brasil bateu recordes de exportação, importação e corrente de comércio no acumulado de 2025. De janeiro a outubro, as vendas tiveram um pequeno acréscimo de 1,9% em relação ao mesmo período de 2024; as importações cresceram 7,1%.

Com parte das exportações brasileiras com uma sobretaxa de 50%, as vendas para o mercado americano registraram forte retração em outubro. O recuo levou a uma redução de 24,1% nas exportações para a América do Norte, com destaque para o tombo de 82,6% nos embarques de petróleo, o que representou uma perda de US$ 500 milhões.

Também caíram as vendas de celulose (–43,9%), óleos combustíveis (–37,7%) e aeronaves e partes (–19,8%).

— Mesmo produtos que não foram tarifados, como óleo combustíveis e celulose, sofreram queda — afirmou o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, do MDIC, Herlon Brandão.

O movimento contrasta com o avanço expressivo das exportações para outros destinos, sobretudo para a Ásia, que registrou crescimento de 21,2% nas compras de produtos brasileiros. O aumento foi puxado por:

soja (+64,5%)
óleos brutos de petróleo (+43%)
minério de ferro (+31,7%)
carne bovina (+44,7%)

Vale destacar o aumento de US$ 1,1 bilhão nas vendas de soja e US$ 0,8 bilhão nas de petróleo.

Na Europa, as exportações cresceram 7,6%, impulsionadas por minérios de cobre (+823,6%), carne bovina (+73,4%) e celulose (+46,8%). Já a América do Sul teve alta de 12,6%, com o avanço de 141,1% nas vendas de óleos brutos de petróleo.3,5%) na agropecuária e de US$ 0,24 bilhão (1,0%) em produtos da indústria de transformação, enquanto a indústria extrativa apresentou queda de US$ 0,46 bilhão (30,1%).

Considerando o acumulado do ano nas importações, os produtos da indústria de transformação avançaram US$ 18,73 bilhões (9,3%), a agropecuária cresceu US$ 0,39 bilhão (8,1%) e a indústria extrativa recuou US$ 3,28 bilhões (23%).

Melhor que o previsto

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, avaliou que o resultado da balança comercial de outubro foi melhor do que o esperado. Ele estimou que a redução nas vendas ao mercado americano deve ficar entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões, bem abaixo das previsões iniciais.

De acordo com Castro, embora as exportações para os EUA apresentem forte queda mês a mês, no acumulado do ano o recuo é bem menor.

— Basicamente, todos nós tínhamos uma expectativa de que poderia piorar, e nada piorou. Melhorou em relação à expectativa — afirmou.

Segundo ele, os números divulgados indicam que o superávit comercial do país deve ficar entre US$ 63 bilhões e US$ 64 bilhões, resultado superior às projeções anteriores. Com informações do portal O Globo.

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