Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 14 de outubro de 2023
Faltando um ano para novas eleições municipais no Brasil, o cenário político é de dificuldades para o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL, de seu antecessor Jair Bolsonaro (PL), na tentativa de encabeçar chapas capazes de conquistar prefeituras em grandes centros urbanos. E o cenário político ainda se mostra altamente polarizado.
Ambos os partidos lançaram pré-candidaturas em 15 capitais e, até o momento, aparecem isolados na maioria dessas cidades. A situação contrasta com a de prefeitos de outras siglas, que contam com a máquina pública para alavancá-los a um novo mandato.
Hoje, 12 dos 18 postulantes à reeleição já encaminharam acordos com siglas que têm bancadas no Congresso e, portanto, acesso a mais verba pública e tempo de rádio e TV para a campanha que começará em outubro de 2024. Dirigentes de PT e PL minimizam o atual isolamento e apostam na entrada de Lula e Bolsonaro na campanha para ajudar a atrair coligados.
PT
O PT não governa nenhuma capital no momento, mas deve encabeçar alianças em quatro cidades, em geral com partidos de esquerda. É o caso de Porto Alegre, assim como Natal, Teresina e Goiânia.
Na capital gaúcha, a tendência é que o PT lance a deputada federal Maria do Rosário, mas ainda há tratativas com Psol e PCdoB para definir um nome de consenso.
Conforme o senador Humberto Costa (PT-PE), que coordena o planejamento eleitoral do partido, há mais espaço hoje para compor com partidos de esquerda e de centro na base do governo Lula.
A estratégia difere da adotada em 2020, quando o PT, buscando retomar terreno após a Operação Lava-Jato, lançou nomes em 21 capitais. Em algumas, como Rio de Janeiro e Recife, o partido deve apoiar a reeleição de prefeitos com os quais rivalizou há três anos.
Mas o senador reconhece a chance de embate entre aliados do cenário nacional. Em Aracaju, caciques locais do PT apostam na candidatura do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, que pode enfrentar um nome apoiado pelo atual prefeito, Edvaldo Nogueira (PDT). e pelo governador, Fábio Mitidieri (PSD) – duas siglas que comandam ministérios:
“Vamos lançar candidatos onde for viável, e discutir composições com partidos aliados. Algumas realidades locais não vão bater com a aliança a nível federal, mas a governabilidade do presidente Lula não está em discussão, já que o governo dispõe de outros meios para formar sua base”.
PL
Já o PL conseguiu encaminhar apenas uma aliança ampla até aqui em Maceió, cujo prefeito, João Henrique Caldas, se filiou ao partido no ano passado. Ele tentará a reeleição com apoio do PP, do presidente da Câmara e seu aliado, Arthur Lira, do União Brasil e do Podemos.
A legenda de Bolsonaro também espera capitanear, no Rio, a oposição ao prefeito Eduardo Paes (PSD), que costura uma coligação com PT, Republicanos e União Brasil. Já o PL mira PP e MDB.
Para o general Walter Braga Netto, secretário de Relações Institucionais do PL, cujo nome tem sido especulado como candidato no Rio, embora não se posicione como tal, o fato de Bolsonaro ter saído vitorioso em 15 capitais no pleito de 2022 pode virar um ímã para aliados, sobretudo no Sudeste e no Norte.
A expectativa de ter o ex-presidente como cabo eleitoral levou o partido, que concorreu em apenas sete capitais em 2020, a dobrar a meta para 2024 e abrir espaço a nomes do “bolsonarismo raiz”, caso do deputado Gustavo Gayer, em Goiânia.
Em capitais como São Paulo e Porto Alegre, o PL apoiará a reeleição de Ricardo Nunes e Sebastião Melo, respectivamente, ambos do MDB. “Não acredito que o PL terá problemas para formar alianças com partidos que compartilham nossas pautas”, avalia o general.
Confronto direto
Há possibilidade de confrontos diretos entre os partidos de Lula e Bolsonaro em 11 capitais. Não necessariamente como protagonistas.
Em Curitiba, onde o PT ensaia a candidatura da deputada federal Carol Dartora e o PL avalia o ex-deputado Paulo Martins, quem largou na frente para formar alianças foi o vice-prefeito, Eduardo Pimentel (PSD).
Com apoio do prefeito, Rafael Greca, e do governador Ratinho Jr. (PSD), Pimentel tende a atrair PP, MDB e Solidariedade, e mira o União Brasil. Reservadamente, lideranças de PT e PL avaliam que há possibilidade de retirar as candidaturas, caso não engrenem.
Em outras capitais, rachas de PT e PL acabam ajudando a articulação de candidatos da situação. Em João Pessoa, o ex-prefeito petista Luciano Cartaxo enfrenta resistências no próprio partido, ao passo que o governador João Azevêdo (PSB), aliado de petistas na esfera estadual, costura apoio à reeleição de Cícero Lucena (PP), apoiado por Republicanos e PSD.
Já o PL, por pressão de Bolsonaro, lançou o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga, o que gerou uma debandada de parlamentares bolsonaristas que desejavam concorrer.
No Ar: Pampa Na Tarde