Sexta-feira, 04 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 14 de outubro de 2023
O pastor e policial federal aposentado, Antonio Flores, de 67 anos, e a esposa Maria das Graças Flores, de 64, viveram momentos de tensão em Jerusalém, capital de Israel, quando ocorreu o ataque do grupo extremista islâmico Hamas. Essa havia sido a 42ª viagem do casal, que vive em Boa Vista e viaja para o país todos os anos desde 1996.
Eles chegaram a Israel com um grupo de Goiás, composto por 42 pessoas, no dia 26 de setembro para a Festa dos Tabernáculos. O grupo voltou ao Brasil no dia 5 de outubro, mas o retorno do casal estava marcado para o último sábado (7), dia em que os ataques terroristas começaram.
Antonio e a esposa estavam em um hotel quando, por volta das 7h, ouviram o barulho de sirenes. O casal entrou em contato com amigos que vivem na capital israelense e, aconselhado por eles, decidiram ir para o aeroporto de Tel Aviv, o maior do país, cerca de 16h antes do horário previsto para o voo.
“Parecia aquele filme ‘O Apocalipse’, muita gente, muitos carros chegando, pessoas correndo com a mala para entrar no aeroporto. A gente estava com quatro malas grandes e fomos tranquilos, porque não adianta ficar se angustiando. A gente já passou por algumas experiências bem intensas, mas não esperávamos que o nível de gravidade fosse como está acontecendo”, disse o pastor.
Por volta das 16h de sábado mais sirenes tocaram na cidade, acompanhadas de um aviso em hebraico no aeroporto. Sem entender o idioma, o casal só viu as pessoas correrem em direção ao bunker do aeroporto.
“Tinham muitos brasileiros ali e as pessoas começaram a gritar: ‘gente, tem criança, por favor não façam isso’. Daí o pessoal começou a se acalmar, mas ainda tinha uma gritaria, gente vomitando, pânico, sabe? Pessoas passando mal, foi um momento muito terrível”, completou o pastor.
Retorno ao Brasil
Com as sirenes tocando e o pânico instalado, a empresa área responsável pelo voo deles anunciou o cancelamento da viagem e recomendou que os brasileiros tentassem passagens com outra empresa no aeroporto. O casal, no entanto, decidiu acompanhar a situação no local.
Durante a ação, eles perceberam que o painel de embarque no aeroporto de Tel Aviv ainda não mostrava o cancelamento da viagem. Por volta das 22h, os funcionários da empresa voltaram para o balcão de check-in e, aos poucos, os passageiros conseguiram ir para a área de embarque.
“A gente ficou na fila e eles [funcionários] não falavam nada, aqueles que chegavam na fila faziam o check in. Nós fizemos o check in e entramos na área de embarque, onde demorou um pouquinho mais até a hora do voo, mas nós conseguimos. Fizemos uma conexão em Dubai, mas chegamos em São Paulo às 17h do dia 8 de outubro”, relatou Antonio Flores.
O casal espera que a situação se resolva e já planeja voltar ao país israelense em fevereiro de 2024. “Eu e minha esposa já planejamos, se Deus quiser, viajar em fevereiro novamente. Aquele povo precisa de uma palavra, de um sorriso, e não somente o povo judeu”, afirmou Antonio Flores.
Segurança rigorosa
Antonio relatou ter percebido que, dias antes do ataque surpresa, a segurança de Israel ficou mais rigorosa e que haviam muitos policiais pelas ruas.
“A gente percebeu, com a experiência que a gente tem dessas festas, que estava muito rigorosa a segurança, tinha muitos policiais e estava tenso, porque sempre depois dessa festa os palestinos tomam uma atitude hostil para com Israel e eles [israelenses] sempre estão preparados para isso, talvez não estavam esperando a dimensão desse ataque”, explicou o pastor.
O casal viaja para Israel desde 1996 e já chegou a visitar o país quatro vezes em apenas um ano, para acompanhar festas bíblicas como a comemoração do Hanukkah, a tradicional festa judaica. De acordo com Antonio, Israel tem uma “paz que existe no ar”, algo inexplicável, mas com o ataque ele viu pessoas em desespero e muita gente chorando.
No Ar: Pampa Na Tarde