Segunda-feira, 30 de Junho de 2025

Home Saúde Giovanna Ewbank, Lázaro Ramos: especialistas explicam por que os casos de burnout explodiram nos últimos anos

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Em recente entrevista ao jornal Extra, Giovanna Ewbank revelou que a sobrecarga da profissão — ela acaba de estrear a terceira temporada do programa de entrevistas “Surubaum”, em que apresenta ao lado do marido, o ator Bruno Gagliasso — e as tarefas da maternidade — ela é mãe de Titi, de 12 anos, Bless, de 10, e Zyan, de 4 — a levaram a ter uma síndrome de burnout. A condição é caracterizada por um estado de tensão emocional e estresse relacionado ao trabalho que leva ao esgotamento físico e emocional e afeta diversas esferas da vida de uma pessoa.

O ator Lázaro Ramos, por exemplo, foi diagnosticado com a condição de esgotamento mental, no início de 2024, após intenso período de trabalho. “A gente vive numa época que tem muitas fontes de informação, o difícil é se sensibilizar. Tive o burnout, porque era tanta opção, tanta dúvida, tanta coisa que a cabeça não parava para conseguir processar os sentimentos”, disse em entrevista à revista Veja na época.

O problema é muito maior quando percebemos que mais de 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem de níveis elevados de estresse, e muitos enfrentam o burnout sem saber, de acordo com a Associação Internacional de Controle do Estresse e da Tensão (ISMA Brasil).

“Nós trabalhamos mesmo doentes, mas isso não quer dizer que é saudável. Isso ocorre por dois fatores, basicamente: o primeiro é a falta de conhecimento sobre a doença e a outra é que vivemos em uma sociedade que se cobra muito para entregar melhores resultados e cumprir metas. Então, sair de licença por problemas de saúde é a mesma coisa que não conseguir cumprir esses objetivos, o que deixa a pessoa com a sensação de culpa”, afirma o psiquiatra e especialista em saúde mental Thyago Henrique Neves da Silva Filho.

Dados da ISMA ainda mostram que 70% dos trabalhadores no Brasil enfrentam sintomas de esgotamento no ambiente corporativo. Levando o país a ocupar o segundo lugar no ranking global da doença, perdendo apenas para o Japão — nação conhecida justamente pela rotina de trabalho intensa e altas taxas de suicídio.

Segundo especialistas, esse esgotamento é um efeito do pós-pandemia, quando maioria dos trabalhadores foi para o home office, e as pressões por resultados, bem como o excesso de trabalho e a falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, foram aumentadas e estremecidas.

A psicóloga e psicanalista Luciana Inocêncio, especialista em transtornos graves das psicoses, afirma que o burnout pode aparecer na dificuldade de fazer tarefas relacionadas ao trabalho que antes se fazia com maestria. Um cansaço extremo ao chegar em casa ou no escritório, falta de vontade de trabalhar, não se sentir mais satisfeito com o que está fazendo, se sentir ineficaz ou incompetente. E o principal sintoma de alerta: o medo e o receio de trabalhar tão grandes que pode desencadear situações extremas como crises de ansiedade e pânico.

Sintomas

Entre os principais sintomas do burnout, além do esgotamento extremo relacionado ao trabalho, fadiga e medo, estão: a despersonalização (ou seja, a pessoa começa a se sentir desconectado de seu corpo e seus pensamentos); redução da realização pessoal (acredita que não é mais suficiente, eficaz e que não vai conseguir exercer o seu trabalho como antes); distanciamento afetivo, seja com amigos do trabalho ou com vínculos pessoais e familiares; indiferença em relação ao trabalho, insônia, irritabilidade, dores musculares, problemas gastrointestinais. Há ainda uma das principais manifestações que faz as pessoas buscarem apoio médico: crises de ansiedade e pânico.

Norma

Desde maio deste ano, a saúde mental dos trabalhadores passou a ser uma prioridade legal para as empresas brasileiras. O crescimento dos afastamentos por estresse, ansiedade e burnout levou à atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que agora exige que as companhias adotem medidas concretas para identificar e combater riscos psicossociais no ambiente de trabalho.

As empresas precisam criar mecanismos internos que previnam o estresse, o assédio e a sobrecarga mental dos funcionários. A norma exige ainda que empregadores reorganizem tarefas, promovam um ambiente mais saudável e monitorem constantemente as condições de trabalho. A saúde mental passa a integrar também os relatórios de risco ocupacional, reforçando a responsabilidade das organizações em oferecer um ambiente seguro e equilibrado.

No entanto, as penalidades por descumprimento da norma — que podem gerar multas de até R$ 6 mil — só começarão a ser aplicadas a partir de 26 de maio de 2026, para as empresas terem um período de transição e adaptação às novas regras.

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