Quinta-feira, 18 de Abril de 2024

Home Viagem e Turismo Herdeira milionária da Disney lança documentário em que critica desigualdade na Disney

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Há três anos, Abigail E. Disney começou a criticar publicamente a Walt Disney Company por sua desigualdade salarial “obscena”, com Robert Iger, que era então o presidente da empresa, de um lado da balança e do outro os trabalhadores dos parques temáticos. A companhia fundada por seu avô e tio-avô repetidamente rebateu as críticas, em um determinado ponto se referindo a elas como “um exagero grosseiro e injusto dos fatos”.

Mas Abigail se recusou a retroceder, embora a companhia tenha concordado em elevar os salários dos trabalhadores dos parques em 16%. Na realidade, ela intensificou sua campanha e, pela primeira vez, juntou mais dois de seus três irmãos.

“The American Dream and Other Fairy Tales” (O sonho americano e outros contos de fadas, em tradução livre, um documentário ativista sobre a diferença salarial entre os funcionários corporativos e os não corporativos, vai estrear na segunda como parte do Festival de Cinema de Sundance, que está sendo exibido digitalmente em razão da pandemia.

Abigail e Kathleen Hughes dirigiram o fime, a irmã de Abigail, Susan Disney Lord, e um irmão, Tim, estão entre os produtores executivos. O filme posiciona a empresa de entretenimento que leva seu nome como “marco zero da crescente desigualdade nos EUA”.

Escolha entre remédio e comida

Para traçar esse retrato, Abigail e Kathleen mostram o perfil de quatro guardiães da Disney, que, na época da filmagem (antes da pandemia) ganhavam US$ 15 por hora. Todos eles lutam com os crescentes custos de moradia do Sul da Califórnia. Um deles diz que conhece funcionários da Disneyland que tiveram que escolher entre remédios e comida.

Os cineastas cortam para fotografias de Iger, que foi presidente da Disney entre 2005 e 2020, um período de grandes ganhos para os investidores (incluindo Abigail e outros membros da família). Os espectadores são lembrados de que a Disney concedeu a ele um pacote em 2018 no valor de US$ 65,6 milhões. Os prêmios em ações relacionados à aquisição da 21st Century Fox representam 40%.

Para ela, o fundador agiria de outra forma

Abigail e sua irmã são mostradas relembrando o avô, Roy O. Disney, que fundou a companhia em 1923 com seu irmão, Walt. “Não consigo vê-lo levando US$ 66 milhões por um ano de trabalho quando, na mesma empresa, as pessoas não conseguem comprar comida”, diz uma indignada Abigail. Sua irmã responde: “Isso nunca teria teria acontecido, nunca teria acontecido”.

A família Disney não está mais diretamente envolvida na administração da Disney desde que o pai delas, Roy E. Disney, renunciou ao conselho em 2003 e liderou uma revolta de acionistas que resultou na ascensão de Iger. Roy E. Disney morreu em 2009

O New York Times foi autorizado a assistir o filme antes da estreia. A Disney, que não teve acesso antecipado ao filme, respondeu a questionamentos com a seguinte declaração:

“O bem-estar e as aspirações de nossos empregados e elenco sempre serão nossa maior prioridade. Nós fornecemos um pacote de emprego líder e integral que inclui pagamento competitivo e benefícios abrangentes para que nossos membros do elenco possam cuidar de suas famílias e desenvolver suas carreiras”.

E continua:

“Isso começa com pagamento justo e salários iniciais na liderança, mas também inclui cobertura médica a preços acessíveis, acesso a ensino superior gratuito, creche subsidiada para empregados elegíveis, assim como caminhos para o desenvolvimento pessoal e profissional”.

Reajuste de 16%

Desenvolvimentos recentes na Disneyland vão na contramão da narrativa do filme. Em dezembro, sindicatos que representam 9.500 zeladores, operadores de passeios e atendentes de estacionamento confirmaram um novo contrato que aumenta a remuneração inicial para US$ 18 por hora até 2023 — de US$ 15,45 no ano passado, um aumento de 16% – e que inclui bônus por antiguidade.

A Disneyland quase retornou ao volume integral de trabalhadores depois de ter ficado fechada por mais de um ano por causa da pandemia, disse um porta-voz. O resort de Anaheim emprega cerca de 30 mil pessoas.

Iger também deixou a empresa. Abigail diz aos espectadores que ela decidiu fazer o filme porque estava frustrada e chateada com a curta resposta a um e-mail enviado por ela em 2018 sobre a remuneração salarial dos trabalhadores do parque. Ele se recusou a comentar o assunto.

Abigail já enfrentou queixas por discriminação e tratamento injusto em uma de suas empresas, a Level Forward, que ajuda a financiar e produzir projetos de entretenimento com foco em justiça social. (“Há críticas justas lá”, disse Abigail à Hollywood Reporter no ano passado).

Em entrevista por Zoom, Abigail e Kathleen, uma produtora que já venceu o Emmy, disseram que o aumento de salário na Disney é encorajador, mas não suficiente e que um salário de US$ 24 por hora seria o necessário.

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