Sábado, 04 de Maio de 2024

Home em foco Inflação argentina desacelera, mas ainda é a mais alta do mundo

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A inflação na Argentina desacelerou em março, ficando em 11% – percentual menor que o do mês de fevereiro – abaixo da projeção de 12,1% dos economistas. Os dados oficiais foram divulgados na sexta-feira (12) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Ainda assim, no acumulado em 12 meses, o indicador acelerou para 287,9%. Este é o nível mais alto desde que a Argentina deixou o processo de hiperinflação no início da década de 1990.

O índice de preços arrefeceu mais do que o esperado em março enquanto as duras medidas de austeridade fiscal do presidente Javier Milei restringem os gastos dos consumidores. Os números foram divulgados um dia após o Banco Central reduzir a taxa de juros de 80% para 70%, citando a desaceleração dos aumentos mensais dos preços como um dos argumentos, apesar de a taxa anual permanecer bem acima dos custos dos empréstimos.

Preços

Quatro meses depois de assumir o cargo, Javier Milei eliminou os controles de preços, desvalorizou o peso argentino e cortou os gastos públicos com seguridade social e com salários dos funcionários públicos, após ajustes pela inflação.

A combinação das medidas resultou em retração das vendas nos centros comerciais, limitando até que ponto as empresas poderão continuar a aumentar os preços no futuro. As expectativas de inflação também esfriaram, já que Milei não desistiu de sua campanha de austeridade.

Economistas consultados pelo BC da Argentina esperam que a inflação mensal caia abaixo de 10% em maio, mais cedo do que o previsto anteriormente. A inflação anual deverá fechar este ano em 189%.

Promessa

Milei, um economista que se autodenomina liberal-libertário e que se tornou presidente da Argentina em dezembro do ano passado com a promessa de acabar com a inflação de uma vez por todas, implementou uma série de cortes nos gastos públicos e uma desvalorização do peso para reestruturar as finanças argentinas. Em fevereiro, por exemplo, o país sul-americano registrou superávit fiscal pela primeira vez em anos.

Ao mesmo tempo, a taxa de pobreza na Argentina aumentou, ultrapassando os 50% em janeiro, segundo o Observatório Social da Universidade Católica Argentina. Em março, o governo Milei anunciou cortes de impostos nas importações de alguns produtos da cesta básica, como mais uma medida de combate à inflação.

O problema da moradia é um drama que ameaça se tornar uma verdadeira bomba-relógio. Por meio do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), o governo removeu todos os tipos de regulamentação dos contratos de aluguel. Segundo a Federação Nacional de Inquilinos, isso possibilitou o aumento das renovações de contratos de aluguel em 300% a 600% e muitos proprietários estão exigindo que os aluguéis sejam pagos em dólares.

Na cidade de Buenos Aires, um apartamento de um quarto custa para um cidadão argentino mais ou menos 250 mil pesos (em torno de R$ 1.460 pela cotação atual). Isso é mais que o valor do salário mínimo nacional.

Congelado desde setembro de 2023, o governo Milei fixou um aumento de 30% no salário mínimo entre fevereiro e março. Conforme o reajuste, o valor do mínimo em fevereiro ficou em 180 mil pesos (US$ 204 na taxa oficial de câmbio, ou R$ 1.007), o que representa um aumento de 15% em relação aos 156 mil pesos atuais (cerca de US$ 184 ou R$ 910). As informações são do jornal O Globo e do portal Terra.

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