Quinta-feira, 28 de Março de 2024

Home Brasil Instituto Butantan tem doses suficientes de Coronavac para imunizar a faixa infantil

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Aprovada para imunização de crianças acima de 6 anos, a Coronavac — trazida ao Brasil pelo Instituto Butantan, — não terá uma nova linha de produção no País, por enquanto. Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor do Butantan, Dimas Covas, explicou que as doses disponíveis em estoque são suficientes para liquidar a necessidade atual de aplicações para os menores de 12 anos.

Até a última quinta-feira (20), quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deu aval à vacina para crianças, o instituto contava com 15 milhões de doses armazenadas. Desse total, 8 milhões serão destinadas ao Estado de São Paulo. Outras 7 milhões devem ser encaminhadas ao Ministério da Saúde, diz Covas.

“Neste momento existe a promessa pública do ministério de dar seguimento à aquisição de 7 milhões de doses. Para dar início a uma nova rodada de produção, teríamos que ter (novos) pedidos. A capacidade de produção do Butantan é 1 milhão de doses por lote. Não começamos produções pequenas, de 100 mil, 200 mil doses”, afirma Covas.

O diretor do Butantan explica que se a demanda total ter de até 15 milhões de doses é mais vantajoso trazer as vacinas prontas da China. Por enquanto, portanto, a linha de produção de envase da Coronavac no Butantan seguirá parada. A última vez que houve finalização da vacina no País foi em meados de setembro de 2021.

Se o ministério pedir mais doses será possível reativar a produção. Por enquanto, o Butantan ainda não produz o IFA da Coronavac. Essa produção foi anunciada tão logo houve o acordo entre a Sinovac e o Butantan para a produção do imunizante, ainda em 2020.

Fábrica própria

A ideia era que a Coronavac contasse com uma fábrica própria no Butantan. O projeto, porém, está atrasado e deverá estar apto para liberação a partir do segundo semestre. A nova fábrica será multiplataforma, podendo produzir também outras vacinas, sem incluir a Coronavac.

A aprovação da Coronavac ameniza, mas não liquida, o cenário de incerteza pelo qual o imunizante passa. Responsável por iniciar a vacinação no país e representante de 25% das doses aplicadas, a Coronavac tem futuro difícil de prever.

A venda internacional, por exemplo, não decolou. Os países vizinhos que têm baixa cobertura vacinal não podem arcar com o preço das doses ou com a tarifa de frete. Doar, diz Covas, é algo “difícil” no momento. O dirigente explica há tratativas, inclusive com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em andamento, mas nenhum acordo foi concretizado.

Além disso, o Ministério da Saúde não incluiu a Coronavac nas compras para vacinação de adultos de 2022, sob justificativa de que o imunizante conta somente com autorização emergencial da Anvisa e não a liberação completa. A pasta também não indica o uso desse imunizante para as doses de reforço.

“O ministro uma hora fala que não vai adquirir a vacina. Quando sai a aprovação para crianças diz que irá adquirir. É uma incerteza muito grande em termos de política de vacinação. Não temos uma diretriz, não é previsível”, afirma Covas.

Ele espera que a atual aprovação para crianças faça o Ministério da Saúde voltar à incluir a Coronavac ao quadro brasileiro de vacinação.

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