Sábado, 26 de Julho de 2025

Home Saúde Intervenção nas pálpebras passa a ser a cirurgia estética mais realizada no mundo

Compartilhe esta notícia:

Com a idade, ou por herança genética, o tecido ao redor dos olhos pode ir perdendo a sustentação, gerando excesso de pele nas pálpebras. Para algumas pessoas, esse é um detalhe estético que incomoda. Para outras, pode levar à sensação de olhos pesando e até prejuízos à visão.

Diante dessas situações, muitos têm recorrido à blefaroplastia. Apenas no ano passado, foram cerca de 2,1 milhões de procedimentos em todo o mundo, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), um crescimento de 13,4% em relação a 2023. Com a alta, a técnica ultrapassou a lipoaspiração e agora é a cirurgia estética mais realizada no mundo.

O relatório da ISAPS aponta uma tendência de crescimento nas intervenções faciais, incluindo enxertos de gordura e lifting facial, além da continuidade do interesse por procedimentos não cirúrgicos, como uso da toxina botulínica (botox) e do ácido hialurônico, que somaram mais de 14 milhões de aplicações em 2024.

Ao todo, foram realizados cerca de 38 milhões de procedimentos estéticos, entre cirúrgicos (17,4 milhões) e não cirúrgicos (20,5 milhões), um aumento de 42,5% em relação a 2020.

Brasil

No Brasil, a blefaroplastia é a terceira cirurgia plástica mais realizada, com cerca de 231 mil operações em 2024. Ela fica atrás apenas da lipoaspiração (289 mil) e da colocação de prótese de mama (233 mil).

Em quarto lugar aparece a abdominoplastia, com cerca de 192 mil operações, seguida pela colocação de prótese de glúteo, com 168 mil.

Já entre os tratamentos não cirúrgicos a toxina botulínica e o ácido hialurônico permanecem como os mais populares, somando respectivamente 351 mil e 176 mil aplicações em 2024.

Ainda de acordo com o relatório, o Brasil é o líder em volume de cirurgias plásticas estéticas no mundo. Foram 2,35 milhões de procedimentos no ano passado. Considerando também as intervenções não cirúrgicas, o total chega a 3,1 milhões, o que coloca o País na segunda posição mundial em número geral de procedimentos estéticos.

Blefaroplastia é uma palavra de origem grega (blepharos refere-se às pálpebras e plastikós, à forma) utilizada para denominar a cirurgia de rejuvenescimento das pálpebras.

“Basicamente, é a remoção do excesso de pele flácida”, diz Lucas Giordani, dermatologista do Hospital Santa Paula. A operação pode incluir também a retirada da gordura que se acumula nessa região dos olhos, formando bolsas.

O procedimento pode ser voltado à pálpebra superior ou inferior, e cada uma tem características e desafios técnicos distintos, segundo a dermatologista Eliandre Palermo, da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-SP).

Indicação

De acordo com Carlos Barcaui, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a indicação pode ser funcional, como nos casos em que a queda da pálpebra superior interfere no campo visual, ou estética, visando rejuvenescer o olhar e melhorar a harmonia facial.

“(A cirurgia é recomendada) desde que o paciente esteja em boas condições de saúde, tenha expectativas realistas e seja avaliado criteriosamente por um médico especialista”, diz.

Procedimento

De acordo com Marcelo Chemin Cury, cirurgião plástico especializado em cirurgia óculo-palpebral e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o procedimento deve ser feito com anestesia local associada à sedação ou sob anestesia geral. É preciso estar em ambiente hospitalar ou clínica com centro cirúrgico.

Na pálpebra superior, um pequeno corte é feito exatamente na dobra natural da pele. “O objetivo é que a cicatriz fique imperceptível”, diz Eliandre. Então, o excesso é retirado e uma sutura é feita com fios finos ou cola cirúrgica.

Já a cirurgia na pálpebra inferior é mais delicada porque envolve bolsas de gordura e pode afetar o formato natural dos olhos. Ela pode ser feita por dentro da pálpebra (transconjuntival), sem cortes visíveis, ou com um corte abaixo dos cílios, usando técnicas para manter o contorno natural.

Mas nem sempre o problema é só excesso de pele ou gordura. Como lembra Suzana Matayoshi, diretora de cirurgia plástica ocular do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), às vezes o músculo que levanta a pálpebra está fraco, causando um quadro chamado “ptose palpebral”. Na ptose, a pálpebra cai em excesso, recobrindo o globo ocular. Nesses casos, a cirurgia precisa ir além e envolver também essa estrutura muscular.

Outros métodos

Existem outros procedimentos para flacidez das pálpebras, como a injeção de substâncias específicas, uso de laser e ultrassom microfocado, que ajudam a amenizar o quadro.

Também é possível realizar a chamada “blefaroplastia a laser” ou “lifting de pálpebras”. O laser substitui o bisturi, o que reduz o risco de hematomas, mas os resultados não são muito duradouros.

Como destaca Eliandre, essas abordagens são as mais indicadas para quem apresenta flacidez leve, podendo ser uma boa escolha para pacientes mais jovens ou como complemento após cirurgias anteriores.

“Mas, com o tempo, essa flacidez tende a se acentuar e o procedimento cirúrgico pode acabar sendo inevitável, caso a pessoa deseje uma correção mais efetiva”, explica Giordani. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Saúde

Benefícios da creatina para mulher: saúde, disposição e mais do que músculos
Mudança simples na rotina pode reduzir drasticamente o risco de morte; saiba qual
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Show de Notícias