Segunda-feira, 10 de Novembro de 2025

Home em foco Investida do PT contra o presidente do Banco Central, Campos Neto, não tem respaldo no Senado

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O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), cotado para presidir a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado graças a um acordo que envolve o PT, sinalizou a aliados que não pretende apoiar qualquer investida contra o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. É atribuição da CAE escrutinar as ações do Executivo na área econômica – antes de assumir, o presidente do BC e os diretores são sabatinados nesta comissão.

Vanderlan tem dito que a tensão é “coisa de momento” e que vai passar. Mesmo petistas avaliam que é cedo para falar em convocar o executivo para esclarecimentos. Na visão desses senadores, até março, quando as comissões forem instaladas, o clima será outro e, se houver ofensiva, ela ocorrerá pela Câmara dos Deputados.

O risco é a defesa do BC e do seu presidente aglutinar os senadores que hoje se declaram independentes à oposição, que começa o ano legislativo com uma pauta pronta para disparar contra o governo.

Petistas consideram que a decisão do partido de convocar Campos Neto a dar explicações age mais do campo “simbólico”, ou seja, pode ter pouco efeito prático. Desde a semana passada, deputados do partido diziam nos bastidores que a disputa agora é para “ganhar a narrativa de que Lula está certo” e atacar a independência do BC, aprovada no governo Bolsonaro.

Contumaz crítico dos juros altos, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, não deu nenhuma declaração pública até agora contra Campos Neto. A aliados, disse que não vai interferir no campo de Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

“Boa vontade”

Roberto Campos Neto disse nessa terça-feira (14) que é preciso ter “um pouco mais de boa vontade” com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em evento com investidores promovido pelo BTG Pactual, Campos Neto citou o pacote fiscal apresentado por Haddad.

Ele também mencionou a intenção do governo de definir uma nova regra para as contas públicas nos próximos meses – em substituição ao teto de gastos (que limita as despesas à inflação do ano anterior). “O investidor é muito apressado, é muito afoito. A gente precisa ter um pouco mais de boa vontade com o governo, 45 dias é pouco tempo”, afirmou.

“Acho que tem tido uma boa vontade enorme do ministro Haddad, de falar: olha, temos aqui um princípio de seguir um plano fiscal com disciplina, tem um arcabouço que está sendo trabalhado. Já foram elaborados alguns objetivos. A gente precisa ter uma pouco de boa vontade”, declarou Campos Neto.

Ele também disse que é importante ter um debate sobre o atual patamar da taxa de juros. Em 13,75% ao ano, a Selic é a maior em seis anos.

O executivo se mostrou disposto a esclarecer o papel do Banco Central na fixação dos juros básicos da economia para conter a inflação. Disse ainda que o BC é uma instituição do Estado brasileiro, que deve auxiliar o debate prestando informações técnicas.

Na última segunda (13), em entrevista ao programa “Roda Viva”, transmitido pela TV Cultura, Campos Neto já tinha afirmado que a instituição “não gosta de juros altos”, negou atuação política à frente do BC e afirmou ser contra alterar meta da inflação.

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