Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home Geral Justiça identifica documentos falsos com grupo de brasileiros deportados dos Estados Unidos

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A 1ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da Juventude da Comarca de Pedro Leopoldo identificou cinco documentos com irregularidades, configurando falsidade ideológica, durante o desembarque dos 211 brasileiros deportados dos Estados Unidos, na quarta-feira (26), no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana de Minas Gerais.

Nos cinco documentos, havia erros em declaração de união estável, certidão de casamento e declarações de paternidade. Os casos serão remetidos para as comarcas onde os crimes foram cometidos. Ninguém foi preso.

Dentre os deportados, 90 eram menores de idade, incluindo crianças de até 10 anos. Segundo a Comarca de Pedro Leopoldo, todas as crianças e adolescentes estavam acompanhadas por pelo menos um responsável com vínculo biológico.

O voo, vindo do Arizona, chegou às 13h27min. Foi o maior número de deportados em um único avião. Os passageiros só foram liberados quase quatro horas depois da chegada ao Brasil. Todos foram interrogados logo após o desembarque.

Esquema

Segundo o delegado da Polícia Federal Daniel Fantini, foi utilizado o “Esquema cai-cai”, que é uma forma de entrar nos Estados Unidos através da fronteira com o México. Um casal de amigos ou conhecidos simula uma união estável. A criança é filha de um deles. Forjam estar em um núcleo familiar e se entregam às autoridades norte-americanas pedindo asilo, que, em alguns casos, é concedido.

Usam documentos falsos de paternidade ou maternidade para dizer que aquelas pessoas representam uma família. O delegado explicou que o esquema facilita a imigração ilegal. Ou seja, usam a criança para tentar evitar que a deportação seja imediata.

“Caso seja identificada a atuação dessas pessoas, dessas quadrilhas envolvidas na remessa ilegal de menor de idade para o exterior, elas serão investigadas e se, eventualmente, encontrar as responsabilidades, vão ser levadas à Justiça”.

Risco

Um homem estava com a mulher e a filha de 8 anos. Ele contou que, enquanto esteve sob responsabilidade das autoridades norte-americanas, ficou afastado da família.

“Foi dolorido, porque chega lá, separa. Eu não vejo ela, fica com a mãe dela para um canto, eu fico para o outro. Não vê ninguém. Chamou a gente lá na hora de deportar, foi aí que eu a vi”.

Desde o fim de 2019, quando o governo mudou a política de trato de cidadãos no exterior, já foram 51 voos vindos dos Estados Unidos trazendo brasileiros expulsos por tentar entrar ilegalmente naquele país. Ao todo, 3.831 pessoas.

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