Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de julho de 2022
O ex-presidente e pré-candidato à presidência, Luís Inácio Lula da Silva, está sendo criticado por opositores após ter agradecido um ex-vereador indiciado por agressão. Em discurso na cidade de Diadema (SP), Lula lembrou do caso em que Manoel Eduardo Marinho, conhecido como Maninho do PT, empurrou um empresário, em 2018. A vítima bateu a cabeça em um caminhão e chegou a ficar desacordado, com traumatismo craniano.
Na fala, Lula diz que Maninho apenas o defendeu. “Por me defender, ele ficou preso sete meses, porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando na porta do Instituto [Lula]. Então, Maninho, eu quero em teu nome agradecer a toda solidariedade do povo de Diadema, porque foi o Maninho e o filho dele que estiveram nessa batalha. Obrigado Maninho!”, disse.
O caso aconteceu em São Paulo, em abril de 2018, no dia em que Sergio Moro expediu um mandado de prisão contra Lula. Manifestantes contra e pró ex-presidente fizeram atos em frente ao Instituto Lula. Durante uma discussão entre Maninho e o empresário Carlos Alberto Bettoni, de 57 anos, Bettoni foi empurrado e acabou batendo a cabeça na caçamba de um caminhão que passava na hora. Ele caiu desacordado e foi levado ao hospital.
Na ocasião, a defesa de Maninho lamentou o episódio e disse ter se tratado de uma “fatalidade”. O agradecimento de Lula, acompanhado por elogios ao povo “combativo” de Diadema, segundo ele, foi criticado por opositores. Flávio Bolsonaro, filho do presidente e senador pelo Rio de Janeiro, postou um vídeo com o discurso do petista.
Nas redes sociais, bolsonaristas destacaram a declaração para criticar o adversário. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do presidente da República, compartilhou o vídeo do discurso e afirmou que Maninho do PT “é aquele que, juntamente com o filho, quase matou um empresário que bateu a cabeça num caminhão”. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) tuitou que “Lula elogia barbárie, incentiva o crime” e que “é esse tipo de fotografia que Lula quer para seu país”.
A declaração de Lula dominou as redes bolsonaristas no final de semana. Influenciadores e políticos compararam a homenagem e a agressão ao episódio ocorrido no mesmo dia em Foz do Iguaçu (PR), quando o guarda municipal Marcelo Arruda, ex-candidato a vice-prefeito na chapa do PT em 2020, foi assassinado durante a comemoração do seu aniversário. Por causa da festa com tema do PT, um simpatizante de Jair Bolsonaro, o policial penal José da Rocha Guaranho, interrompeu o evento e atirou contra Arruda, que revidou com disparos antes de morrer. O agente penal Jorge José está no hospital sob custódia. Seu estado de saúde é estável. O Partido dos Trabalhadores denunciou o que qualificou de “violência bolsonarista”.
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