Terça-feira, 21 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 17 de maio de 2023
Em meio a uma indefinição que se arrasta há mais de cinco meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu finalmente entrar em campo, e entrevistar ele mesmo, dois dos três candidatos de uma lista tríplice para o comando da Defensoria Pública da União (DPU).
O órgão faz parte do sistema de Justiça e é responsável pela defesa de grupos vulneráveis, como populações pobres, povos indígenas e mulheres vítimas de violência.
O cargo de chefe da Defensoria está oficialmente vago desde janeiro. Mas, apesar de ter sido eleito defendendo as causas desses grupos, Lula vinha postergando a escolha do nome da DPU.
Por lei, cabe ao presidente da República escolher um dos três nomes escolhidos pela categoria em uma eleição interna. Conforme informou a coluna, a disputa agora está entre Igor Roque (segundo mais votado) e Leonardo Magalhães (terceiro).
O primeiro da lista, o evangélico Daniel de Macedo, que já era defensor e chegou a ser indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para ser reconduzido, foi rifado pelo governo Lula e nem sequer foi chamado para audiência com o presidente no Planalto. Só que tanto Roque quanto Magalhães apareceram em fotos com membros da família Bolsonaro – o que provocou um impasse no governo, conforme informou a coluna em março.
Na “sabatina informal” no Palácio do Planalto com Lula, temas como o encerramento em massa, a violência contra as mulheres e a situação dos povos ianômamis foram abordados em linhas gerais.
Os ministros Flávio Dino (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Wellington César Lima, chefe da Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, também acompanharam os dois encontros, que ocorreram em sequência por volta das 16h.
Em meio às derrotas do governo no Parlamento, ao avanço de CPIs incômodas – como a do MST – e à série de agendas internacionais do presidente da República ao redor do globo, a chefia da Defensoria não havia sido tratada como prioridade pelo Palácio do Planalto.
Em novembro do ano passado, um mês após as eleições, Bolsonaro indicou Macedo para ser reconduzido ao cargo de defensor público-geral federal por mais dois anos. Mas Lula conseguiu travar o processo na base da articulação política. A sabatina nunca foi marcada, o que permitiu ao petista reabrir a disputa e fazer uma nova escolha, agora novamente emperrada pelo próprio presidente.
Depois de todos esses meses de espera, a expectativa é a de que Lula formalize a escolha do substituto de Macedo até sexta-feira (19), quando se comemora o Dia Nacional do Defensor Público.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que o governo “está em processo final de análise da escolha do melhor nome para chefiar a Defensoria Pública da União, com o objetivo de garantir a proteção e a promoção dos direitos humanos da população mais vulnerável de forma efetiva”.