Terça-feira, 11 de Fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 19 de janeiro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o Banco Central (BC) e a taxa de juros do País. Em encontro no Palácio do Planalto, em Brasília, com 106 reitores e representantes de institutos de educação, Lula disse que os agentes econômicos deveriam “aprender” uma nova “lógica” de que investimento não é gasto. Citou as áreas de saúde, educação, e urbanização de favelas para reforçar que o governo dará prioridade a pautas relacionadas a essas áreas.
“A única coisa que não é tida como gasto por essa gente de mercado é o pagamento de juros da dívida, eles acham que isso é investimento. Qual é a explicação de a gente ter um juro de 13,5% hoje? O BC é independente, a gente poderia não ter nem juro. Não é verdade? A inflação está 6,5%, 7,5%. Por que os juros estão 13,5%?”, questionou Lula.
O presidente, então, falou sobre a existência de uma “dívida histórica”.
“Qual é a lógica? Qual é a lógica da desconfiança que mercado tem de tudo que a gente fará de investimento. Eu não veja essa gente falar uma vez de dívida social. Nós temos uma dívida social de 500 anos com esse povo.”
Em entrevista à GloboNews na quarta (18), Lula já havia criticado o BC a autonomia da instituição. Ele classificou como “uma bobagem” o sistema em que o chefe da autoridade monetária cumpre mandato – esse é o primeiro governo em que o presidente da república não indicou ninguém para o cargo.
Lula questionou ainda a serventia de uma “independência” se a inflação e taxa de juros estavam elevadas. Nas duas ocasiões, em nenhum momento Lula mencionou o nome de Roberto Campos Neto, presidente do BC que estará à frente do cargo até o fim de 2024.
Autonomia
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, declarou nessa quinta (19) que Lula não vai mudar a política de autonomia do BC, apesar das críticas recentes do mandatário. Segundo Padilha, Lula defendeu a autonomia do banco no passado e “não vai mudar de postura agora”.
“Como disse o presidente Lula, na sua experiência de governo, deu plena autonomia ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O presidente não vai mudar de postura agora, ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido”, escreveu o ministro em sua conta no Twitter.
“A gente sabe, no entanto, que nem todo presidente é tão respeitoso quanto Lula. Logo, não há nenhuma pré-disposição por parte do governo de fazer qualquer mudança na relação com o Banco Central”, frisou ainda o ministro.
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