Terça-feira, 01 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de setembro de 2022
A agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) fez um novo alerta pelo aumento de risco de um acidente radioativo na central de Zaporizhzhia, a maior usina da Europa que fica em território ucraniano e está ocupada pela Rússia.
Há semanas, a usina tem sido alvo de bombardeios, e Moscou e Kiev se acusam mutuamente pelos ataques. A ONU enviou uma missão ao local na semana passada para vistoriar os riscos de um acidente nuclear sem precedentes, considerado alto.
Segundo Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, a cidade de Enerhodar, onde fica a central, foi bombardeada nessa sexta (9). Com o ataque, a situação da cidade é “precária”, segundo a agência.
O chefe da AIEA, Rafael Grossi, pediu um cessar-fogo imediato no local.
“Eu peço urgentemente que todos os bombardeios em toda a área sejam interrompidos. Apenas dessa forma a segurança da equipe que opera a usina será garantida”.
Ainda segundo a AIEA, a cidade ficou sem energia após os ataques.
Zona desmilitarizada
A agência de energia atômica da ONU lançou um apelo para a criação de uma zona desmilitarizada em torno do complexo nuclear de Zaporizhzhia, ocupado pela Rússia, na Ucrânia.
“Embora o bombardeio em curso ainda não tenha desencadeado uma emergência nuclear, continua a representar uma ameaça constante à segurança e à proteção nuclear com impacto potencial em funções críticas de segurança que podem levar a consequências radiológicas com grande importância em termos de segurança”, informou o último relatório da agência.
Os especialistas encontraram grandes danos na usina nuclear, que está no front da guerra na Ucrânia.
A equipe da AIEA visitou as instalações da usina no início do mês e divulgou relatório na última semana afirmando que “os bombardeios no local e em suas proximidades devem ser interrompidos imediatamente para evitar mais danos à usina e instalações associadas, para a segurança da equipe operacional e manter a integridade física para apoiar uma operação segura e protegida.”
O receio dos especialistas não é com um ataque direto à usina que cause sua explosão – já que ela foi construída durante a Guerra Fria – mas o estresse no longo prazo às estruturas e aos operadores que poderiam ocasionar falhas e vazamentos de material radioativo que afetariam todo o continente.
Tanques de armazenamento de combustível nuclear seco foram danificados no mês passado e, nos últimos dias, houve um incêndio e perda de energia na usina. Na segunda-feira, novos bombardeios causaram um incêndio que mais uma vez levou à desconexão da usina da rede elétrica nacional da Ucrânia, o que a coloca na posição precária de depender de sua própria energia para operar seus sistemas de refrigeração dos reatores.
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