Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home em foco Mesmo após o massacre no Texas, Donald Trump pede a americanos que se armem para combater o “mal” e ataca políticas de controle de armas

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Discursando em uma convenção do maior lobby pró-armas dos Estados Unidos, o ex-presidente americano Donald Trump rejeitou a ideia de que um maior controle sobre armas impediria episódios como o massacre em uma escola de Uvalde, no Estado do Texas, quando 19 alunos e 2 professoras foram mortos há menos de uma semana, afirmando que mais cidadãos deveriam se armar justamente por causa da existência do “mal”.

“A existência do mal em nosso mundo não é motivo para desarmar cidadãos que cumprem a lei”, disse Trump a membros da Associação Nacional do Rifle (NRA). “A existência do mal é uma das melhores razões para armar cidadãos cumpridores da lei.”

“As várias políticas de controle de armas promovidas pela esquerda não teriam feito nada para evitar o horror que ocorreu. Absolutamente nada”, acrescentou ele, apesar de Salvador Ramos, o atirador de 18 anos, ter adquirido legalmente o fuzil AR-15 que usou para assassinar 21 pessoas na última terça-feira (24).

O ex-presidente também afirmou que é necessária uma mudança na abordagem dos EUA a questões de saúde mental, além de uma reforma na segurança nas escolas, afirmando que se Washington pode gastar US$ 40 bilhões de dólares em auxílio à Ucrânia, o governo deveria “ser capaz de fazer o que for preciso para manter nossos filhos seguros”.

“Todos nós devemos nos unir, republicanos e democratas, em todos os estados e em todos os níveis de governo, para finalmente fortalecer nossas escolas e proteger nossas crianças. O que precisamos agora é uma revisão completa da segurança escolar em todo o país”, afirmou. “Claramente, precisamos tornar muito mais fácil confinar os violentos e mentalmente perturbados em instituições mentais.”

Em relação às sugestões sobre melhorar a segurança das escolas, Trump disse que todas devem ter um único ponto de entrada, cercas fortes e detectores de metal, acrescentando que também deve haver um policial ou um guarda armado o tempo todo em todas as instituições.

Ele acrescentou que é preciso acabar com as zonas escolares livres de armas, acrescentando que essas zonas deixam as vítimas sem meios de se defender em caso de ataque de uma pessoa armada.

“Como diz o velho ditado, a única maneira de parar um bandido com uma arma é um cara bom com uma arma”, disse Trump.

Por ordem do Serviço Secreto, responsável pela segurança de presidentes e de ex-presidentes, a plateia presente no evento precisou deixar suas armas do lado de fora da sala.

Muito aplaudido, Trump abriu seu discurso ironizando quem não apareceu no evento, em uma aparente indireta ao governador do Texas, o também republicano Greg Abbott, que optou por permanecer na cidade de Uvalde. Outras pessoas que também estavam confirmadas cancelaram a ida após o massacre desta semana.

O ex-presidente também chamou o ocorrido na escola primária em Uvalde de uma “atrocidade selvagem e bárbara”, pedindo um momento de silêncio da plateia em homenagem às vítimas, enquanto lia o nome de cada uma delas.

A reunião da NRA é considerada o maior evento armamentista dos EUA, e este ano, além do grande público e da extensa coleção de armas à vista, também é alvo de protestos do lado de fora do salão de convenções em Houston. A segurança nas ruas da maior cidade do Texas foi reforçada, e por enquanto não há relatos de incidentes mais sérios.

Apesar das muitas divergências internas e problemas legais, a associação segue como um dos principais bastiões do conservadorismo nos EUA, e que tem no direito à autodefesa e ao porte de armas pela população, regido pela Segunda Emenda à Constituição, seu pilar central.

Criada no século XIX, a NRA tem cinco milhões de membros (segundo números próprios), incluindo representantes de destaque: entre eles, atores como Tom Selleck e Chuck Norris, a apresentadora e atriz Whoopi Goldberg e o vocalista do Metallica, James Hetfield.

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