Quinta-feira, 05 de Dezembro de 2024

Home Variedades Microplásticos podem chegar ao cérebro e até causar mudanças de comportamento

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Um novo estudo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Rhode Island e publicado no International Journal of Molecular Science, concluiu que microplásticos (partículas de plástico menores do que 5 mm) podem chegar ao cérebro e até causar mudanças comportamentais.

A equipe de cientistas elaborou o estudo para tentar compreender os impactos a longo prazo da ingestão de microplásticos, cada vez mais presentes na água, no ar e nos alimentos em razão da poluição. Os pesquisadores expuseram ratos a diferentes níveis de microplásticos por meio da água potável para estudar os impactos nos comportamentos e como os plásticos se acumulam em seus corpos.

Os microplásticos se acumularam nos tecidos de vários órgãos, incluindo aqueles fora do sistema digestivo dos ratos. Jamie Ross, professora de neurociência da Universidade de Rhode Island que esteve envolvida no estudo, disse que os investigadores ficaram surpresos ao ver quanto microplástico se acumulou ao longo do tempo.

“Esperávamos ver microplásticos nas fezes do animal, o que não foi totalmente surpreendente”, disse Ross, segundo relato do site Gizmodo. “Mas também os encontramos nas profundezas das células do fígado, baço e rins. Não apenas no centro do trato digestivo, mas no tecido do trato digestivo.”

Como os plásticos foram encontrados em órgãos como fígado, baço e cérebro, isso significava que muitos pedaços de microplásticos engolidos haviam entrado na corrente sanguínea. Foi isso que permitiu que os microplásticos chegassem a órgãos fora do trato digestivo.

Diferenças de comportamento

A equipe de pesquisadores também analisou mudanças comportamentais em ratos que ingeriram microplásticos de forma constante, em comparação com aqueles que não o fizeram e aqueles com níveis mais baixos de exposição. Depois de três semanas bebendo microplásticos na água, os ratos foram colocados em um “teste de campo aberto”. Eles exploraram uma câmara pouco iluminada por 90 minutos e seus movimentos espontâneos foram monitorados.

“Eles geralmente não ficam esperando serem apanhados por um predador e se sentem mais protegidos nas laterais”, disse Ross. “Olhamos para esse tipo de comportamento para entender: eles estão circulando pelo lado de fora desta câmara? Eles estão indo para o centro?”, explicou a pesquisadora.

Os ratos que tiveram maior exposição a microplásticos na água tinham maior probabilidade de estar ao ar livre no ambiente de campo, em comparação com ratos que não foram expostos e aqueles que tiveram menor exposição a microplásticos. Esses ratos tinham movimentos mais erráticos e percorriam distâncias maiores no campo artificial. Isto foi especialmente notável em ratos mais velhos.

As diferenças de comportamento foram consideradas alarmantes, especialmente porque os ratos ingeriram os microplásticos durante apenas três semanas.

Doenças neurodegenerativas

Os pesquisadores também notaram inflamação no cérebro e registraram diminuição em uma proteína ácida fibrilar glial, também conhecida como GFAP. Esta é uma proteína que suporta processos celulares no cérebro. Níveis mais baixos desta proteína estão associados aos estágios iniciais de algumas doenças neurodegenerativas, incluindo doença de Alzheimer. A equipe não esperava esta descoberta e pretende realizar pesquisas futuras para compreender melhor o papel dos microplásticos nos distúrbios e doenças neurológicas.

“Queremos compreender o ciclo de vida dos microplásticos no corpo e compreender qual é o seu destino depois de entrarem no corpo”, disse Ross. “Precisamos repensar que tipo de plástico usamos, especialmente os plásticos descartáveis ​​que não são necessários para o nosso meio ambiente e para a nossa saúde”, acrescentou a neurocientista.

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