Quinta-feira, 02 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 2 de outubro de 2025
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta quinta-feira (2) que há 49 casos suspeitos de intoxicação por metanol, em três Estados. Além de São Paulo e Pernambuco, também foi registrado um caso em Brasília, do rapper Hungria.
Há ainda 11 casos em que a contaminação já foi confirmada, em São Paulo e Pernambuco. E um caso em que os indícios clínicos apontam para intoxicação por metanol, mas que ainda não teve confirmação laboratorial em Brasília (caso do rapper Hungria), totalizando 59. Os números foram apresentados por Padilha durante inauguração de uma sala de situação, criada pelo Ministério da Saúde para acompanhar os casos.
Inicialmente, o ministro havia afirmado que a família de Hungria já tinha confirmado que o caso dele era de contaminação por metanol. Em seguida, a assessoria do Ministério da Saúde disse que o caso tem “todas as evidências”, mas que ainda falta a confirmação de um exame laboratorial para fechar o diagnóstico.
Em nota, o Hospital DF Star informou que Hungria deu entrada na unidade com “sintomas suspeitos de intoxicação por metanol”.
“No momento encontra-se internado em unidade de terapia intensiva, sem alterações visuais e com quadro clínico estável, consciente, orientado e com respiração espontânea. Iniciou tratamento específico e hemodiálise para eliminação da substância tóxica. Não há previsão de alta hospitalar”, completa a nota.
A Anvisa mapeou 604 farmácias de manipulação no Brasil que têm condições de produzir o etanol farmacêutico, utilizado no tratamento. Além disso, a reguladora afirma que está notificando essas farmácias para saber a possibilidade de distribuição.
O Ministério da Saúde também notificou a Anvisa para que ela acione agências reguladoras em dez países, para que elas acionem os produtores locais de fomepizol, que é um antídoto alternativo ao etanol farmacêutico utilizado em casos graves. A ideia é aumentar o estoque desse medicamento no Brasil e se preparar para uma crise maior.
Padilha afirma que oficiou quatro instituições privadas internacionais, que teriam capacidade de ofertar o fomepizol ao Brasil.
Segundo o ministro, os hospitais universitários federais têm condições imediatas de adquirir um estoque de 4.300 ampolas de etanol farmacêutico, previstas em atas de preço, que poderão ser distribuídas aos municípios e Estados.
Além desse total, a pasta fará uma compra imediata de 5 mil tratamentos. Cada tratamento possui cerca de 30 ampolas.
“A população não deve adquirir em farmácia, deve ser um produto administrado sob orientação médica”, frisou.
De acordo com Padilha, o etanol farmacêutico é um produto financeiramente acessível. Ele, contudo, ainda não sabe informar o valor dos recursos investidos nas compras.
“Em relação ao Formepisol, não há circulação mundial, mas não é medicamentos de alto custo. Estamos aguardando retorno dos laboratórios”, completou.
Após anunciar as ações tomadas pelo ministério, o ministro negou haver expectativa de explosão de casos. Até agora, o Ministério da Saúde confirmou apenas um óbito pela contaminação no Brasil, e outros sete são investigados.
Um óbito foi confirmado em São Paulo, cinco em investigação — destes, três são na capital e dois em São Bernardo do Campo. Também há duas suspeitas de óbito em Pernambuco, sendo um em Lajeado e um em João Alfredo.