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Por Redação Rádio Pampa | 28 de janeiro de 2022
O Ministério da Saúde alterou uma nota técnica da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE) que sugeria que a hidroxicloroquina tem eficácia no combate à covid-19 e a vacinação, não, publicada há uma semana.
A alteração foi anunciada na última terça-feira (25), afirmando que a republicação da nota seria feita para “promover maior clareza no conteúdo e evitar interpretações equivocadas, como a de que a decisão critica o uso das vacinas covid-19”.
A única mudança na nota é a remoção de uma tabela que sugeria que a hidroxicloroquina é eficaz e segura e a vacinação, não.
Nela, o órgão do ministério dizia que a hidroxicloroquina tem efetividade em estudos controlados e randomizados, e que existiria a demonstração de segurança em estudos experimentais e observacionais. Ainda na tabela, constava a informação que as vacinas não atendem a esses requisitos.
Ao assumir o comando do ministério da Saúde, Marcelo Queiroga solicitou um estudo à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec), que avalia a integração de medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao SUS, sobre a cloroquina e ivermectina.
Após meses de estudo, foi constatado que os medicamentos não são eficazes contra a covid.
Mesmo assim, o secretário da SCTIE, Helio Angotti Neto, disse que recusaria as recomendações do Conitec, fazendo a nota técnica do sábado.
Porém, mesmo com a alteração, a nota técnica ainda recusa os relatórios do Conitec.
Carlos Carvalho, médico que comandou os estudos sobre os medicamentos, anunciou que entrará com um recurso. Segundo a legislação da Comissão, a última análise será do ministro Marcelo Queiroga.
Pico da ômicron
Nesta semana, o ministro da saúde estimou que a onda da variante ômicron deve chegar ao ápice no Brasil no próximo mês. A nova cepa já representa mais de 90% das novas infecções no País, e conta até com uma sublinhagem sob investigações da OMS (Organização Mundial da Saúde) atualmente.
“O pico da onda ômicron acontece cerca de 45 dias após o início das infecções. Então temos que nos preparar para os próximos 30 dias, quando teremos o maior número de casos e, consequentemente, uma maior pressão sobre o sistema de saúde”, alertou o ministro, em coletiva de imprensa.
Com essa iminente alta na onda de casos, o Ministério da Saúde se concentra em avançar com a campanha de imunização e aumentar a capacidade de atendimento na rede pública. A Pasta chegou inclusive a prorrogar a ajuda de custo destinada a estados e municípios para a manutenção de leitos de UTI.
A estratégia da Pasta também envolve intensificar a testagem. A ideia é distribuir 80 milhões de testes rápidos de antígenos até março. Ainda assim, o Ministério defende a utilização dos autotestes, dos quais recentemente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento.
“Essas informações estão sendo discutidas com a área técnica, e o objetivo é concluir o mais rápido possível, para que a população brasileira que desejar adquirir testes em farmácia o faça. [Serve] Para ampliarmos a capacidade de testagem e termos um acompanhamento melhor do cenário epidemiológico”, concluiu o ministro.
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