Domingo, 08 de Setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de agosto de 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nessa sexta-feira (9) que o governo federal já esperava alta na inflação neste ano, em função do cenário internacional da economia, que observou uma queda significativa do dólar nas últimas semanas. Segundo o ministro, é preciso adotar cautela diante da fixação da próxima taxa básica de juros pelo Banco Central (BC).
No acumulado de 12 meses até julho, a inflação é de 4,5%, no limite da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado deste ano, a alta é de 2,87%.
“Olha, o BC tem mandato para cuidar da inflação (…) O BC tem falado a respeito, o dólar teve uma queda significativa nos últimos dias. E a gente espera que esses números [da inflação] convirjam para patamares inferiores. Mas nós esperávamos, em função do que esta acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação nesse ano”, disse o ministro a jornalistas na saída do Ministério da Fazenda.
Ao comentar o resultado do IPCA divulgado pelo IBGE, Haddad ainda disse que quem tem mandato para gerir a inflação no País é o BC. A inflação em julho acelerou para 0,38% e está em 4,5% no acumulado de 12 meses, o teto da meta (de 3%) perseguida pela autoridade monetária.
“Nós estamos acompanhando, tomando as medidas necessárias. O BC tem falado a respeito, o dólar teve uma queda significativa nos últimos dias, e a gente espera que esses números convirjam para patamares inferiores. Nós esperávamos, em função do que está acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação deste ano. Nós vamos acompanhar com calma. O BC já parou os cortes (de juros) e vamos analisar com calma. Tem muita coisa para acontecer este ano ainda, sobretudo no cenário internacional. Temos que ter cautela agora”, disse o ministro.
Haddad ponderou que as ações do BC em relação aos juros agora afetam a inflação de 2026. “Você não vai corrigir a inflação de 2024 aumentando o juro. Você tem que ver a trajetória da inflação ao longo dos meses para saber qual é o remédio adequado para conter um eventual aumento de preços. Inclusive houve boas notícias em relação à cesta básica, preços de alimentos. Nós temos que acompanhar sem ansiedade e tomar as medidas necessárias para o Brasil continuar crescendo, e a renda do trabalhador continuar subindo”, disse.
Ele afirmou que o governo tomará as medidas necessárias para garantir o crescimento do País. Questionado sobre as medidas de compensação da desoneração a serem incluídas na proposta de Orçamento para 2025, Haddad lembrou que existe uma decisão judicial a ser cumprida, que exige que seja apresentada fonte de receitas para bancar a renúncia fiscal.
O ministro afirmou ainda que alternativas serão apresentadas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes da discussão do tema com o Congresso. Ele lembrou que a desoneração custa em torno de R$ 27 bilhões e que isso precisa ser considerado para o governo atingir as metas fiscais.
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