Sábado, 26 de Abril de 2025

Home Variedades “Mykonos da Espanha”: Entenda por que esse vilarejo colocou barreiras contra turistas em suas ruas

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O overturismo – excesso de visitantes em determinado lugar – tem provocado reações diferentes ao redor do mundo. Em Veneza, a saída foi começar a cobrar uma taxa de entrada. Em Barcelona, moradores de um bairro conseguiram que uma linha de ônibus sobrecarregada por viajantes literalmente sumisse do mapa. Em Binibeca Vell, a “Mykonos da Espanha”, a solução foi colocar cordas e correntes nas ruas.

O vilarejo em Menorca, parte do arquipélago das Ilhas Baleares, no Mediterrâneo espanhol, ganhou fama nos últimos anos por seu visual que parece ter sido projetado para um estampar cartões-postais. Casinhas brancas, dispostas em ruas estreitas e debruçadas sobre o mar azul-turquesa do Mediterrâneo, o que rendeu compreensíveis comparações com a mais badalada das ilhas gregas.

Nos últimos anos, uma antiga vila de pescadores em Menorca virou uma nova febre das redes sociais. Conhecida como a “Mykonos da Espanha”, Binibeca Vell chegou a um nível de popularidade tão alta entre turistas que seus moradores precisaram colocar correntes em algumas ruas e delimitar um horário para visitação.

Essa popularidade, impulsionada pelas redes sociais, fez com que o antigo vilarejo de pescadores de menos de 300 residentes fixos atraísse, em 2023, cerca de 800 mil turistas. Ao lotar as ruas e calçadões à beira-mar em busca do clique perfeito, os visitantes acabavam por causar alguns transtornos aos moradores. Na lista de comportamentos reprováveis de turistas está tirar fotos de moradores sem consentimento, entrar em propriedades privadas, sentar em bancos e escadas na entrada das casas, pisotear e estragar jardins e canteiros, fazer festas nas ruas até a madrugada e até furtar objetos de casas e jardins particulares.

Para colocar um fim ao problema antes da temporada de verão na Europa, quando a superlotação se agrava, a administração do povoado – que atualmente é um empreendimento privado, uma espécie de condomínio – decidiu impor limites no horário de visitação. Turistas só poderão circular pelas ruas de Binibeca Vell no período entre 11h e 20h. Fora deste período, o acesso será restrito a moradores, convidados ou pessoas que estiverem ali para prestar algum serviço. A medida foi implementada em 1º de maio e já reduziu pela metade o número de veículos que chegam diariamente ao povoado.

Em agosto, o conselho do vilarejo votará se manterá ou mesmo ampliará as medidas. Apesar de celebrada pelos moradores incomodados, a restrição não foi bem recebida por quem vive do turismo. Donos de lojas, bares e restaurantes do povoado disseram que a medida poderá passar a ideia de que visitantes não são bem-vindos em Binibeca Vell e que isso poderá causar grandes prejuízos financeiros.

Ao portal inglês “Daily Mail”, o presidente da associação que representa os 195 proprietários de Binibeca Vell, Óscar Monge, disse que restringir o horário de visitação foi a melhor alternativa encontrada para preservar a paz dos moradores sem prejudicar os negócios que vivem do turismo.

“Os turistas são bem-vindos durante o horário permitido, podem visitar Binibeca Vell gratuitamente e fora desse horário podem visitar os restaurantes que ficam todos fora da área que fica acorrentada a partir das 20h”, disse ao “Daily Mail”.

De acordo com Monge, em 2023 já houve uma tentativa de regular a visitação do local, por meio das autoridades da Ilha de Menorca. Turistas seriam permitidos do meio-dia às 21h, mas a falta de fiscalização e de normas a respeito da quantidade de passageiros dos ônibus de excursão fizeram com que o plano não desse certo. Monge também reclama que a administração da ilha retirou o subsídio de 15 mil euros, que serviria como uma maneira de reduzir os impactos causados pelos turistas, como pintura das casas e retirada de lixo.

“Desembolsamos cerca de 100 mil euros por ano para manter as casas tão brancas como estão porque as fachadas ficam sujas com as pessoas colocando as mãos nas paredes. Se não recebêssemos 800 mil visitantes por ano, provavelmente teríamos que pintar tudo de novo a cada dois ou três anos”, afirmou à publicação inglesa.

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