Terça-feira, 16 de Abril de 2024

Home em foco Na semana decisiva para as prévias presidenciais do PSDB, que ocorre no domingo, os governadores João Doria e Eduardo Leite preparam ofensiva entre os segmentos onde a disputa segue indefinida

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Na semana decisiva para as prévias presidenciais do PSDB, que ocorrem no próximo domingo (21), os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) preparam uma ofensiva entre os segmentos do eleitorado tucano onde a disputa segue indefinida: um contingente de mais de 5 mil prefeitos, vereadores e deputados estaduais. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também está no páreo pela indicação do partido ao Palácio do Planalto em 2022, mas Doria e Leite são apontados como favoritos.

Pelas regras definidas para a disputa, os votantes foram divididos em quatro grupos. O vencedor precisa ter mais de 50% dos votos totais. O primeiro bloco é composto por filiados sem mandato. No segundo, estão prefeitos e seus vices. Vereadores, deputados estaduais e distritais formam o terceiro grupamento, seguido por governadores e vices, senadores, deputados federais, presidente e ex-presidentes da executiva nacional, que formam o quarto e último segmento.

Internamente, a avaliação é que Doria deve vencer entre os filiados sem mandato, cuja maior parte está em São Paulo. Até sexta-feira (12), cerca de 60% (19.414) dos mais de 32 mil cadastrados no aplicativo das prévias eram paulistas. O Rio Grande do Sul respondia por apenas 9% dos inscritos.

Além do aplicativo, o partido realizará um evento em Brasília, onde mais de 600 tucanos são esperados para votar em urnas eletrônicas — participarão deputados e senadores, entre outros tucanos com mandato. Doria acumulou desavenças com algumas dessas lideranças, como o deputado Aécio Neves (PSDB-MG).

Embora trabalhe para quebrar resistências, o governador paulista enfrenta dificuldade entre as alas que flertam com o bolsonarismo em razão de seus embates com o presidente da República. Doria chegou a declarar que aqueles que votam com Bolsonaro deveriam deixar o PSDB. Nesse cenário, tucanos experientes veem Leite, cujo discurso é mais moderado, na frente entre os integrantes deste grupo de caciques da sigla.

Blitz telefônica

Quem acompanha de perto a disputa acredita que a eleição tucana será definida pelos 920 prefeitos e vices, 4.372 vereadores e 72 deputados estaduais. Segundo aliados, Doria tem feito uma média de 30 ligações diárias para essas liderança e, desde que as primárias começaram, já teria pedido votos a mais de 800 pessoas. Auxiliares do governador gaúcho têm cobrado maior empenho dele nos telefonemas nestes próximos dias, para angariar apoio necessário para vencer o colega paulista.

Entre os prefeitos e vices, Doria teria, em tese, uma vantagem inicial, já que São Paulo tem 279 deles aptos a votarem. Não por acaso, Leite focou a maior parte de sua campanha em solo paulista, onde esteve no último final de semana e tem feito atos por diversas regiões para estimular dissidências.

A equipe de Leite estima que ele receberá votos de algumas dezenas de prefeitos e vereadores aliados do ex-governador Geraldo Alckmin, desafeto de Doria, que deve deixar o partido após as primárias.

Alguns desses casos de defecções no PSDB paulista irritaram o gaúcho, que acusou o rival de constranger prefeitos e vereadores a votarem nas prévias inclusive por meio de convênios do governos com as prefeituras como moeda de troca. Doria nega. Na última semana, o secretário municipal de Habitação de São Paulo, Orlando Faria, foi exonerado após declarar apoio a Leite nas prévias.

Estados indefinidos

Ao mesmo tempo em que Leite percorreu o interior paulista, Doria trabalhou para abrir espaço no terreno do adversário. Na última viagem de campanha, virá nesta terça (16) a Porto Alegre — ele já tem o apoio da ex-governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius.

O maior foco do gaúcho até agora foram as viagens aos Estados em busca de apoio e para se tornar conhecido nacionalmente. Não foi em vão. Hoje, Leite tem mais diretórios que o rival ao seu lado. Ele conquistou nove Estados (RS, SC, PR, MG, BA, AL, AP, CE e MS) contra seis de Doria (SP, PA, RN, DF, AC e SE).

No entanto, o paulista conseguiu rachar alguns desses diretórios, como em Santa Catarina. Lá, o governador do Rio Grande do Sul tem mais votos na capital, mas Doria conquistou espaço em Joinville, a maior cidade do Estado. A estratégia de viajar também rendeu a Leite críticas internas por fazer campanha em horário de expediente. Na quarta-feira (10), por exemplo, ele participou de um evento de mulheres em Brasília. Auxiliares alegam que Leite tem combinado agendas institucionais de governo nas mesmas datas da campanha de prévias.

Outros 12 Estados não vão declarar apoio a nenhum dos candidatos. Em Tocantins, por exemplo, a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, preside o diretório e é aliada do governador de São Paulo. Ainda assim, como não há unidade no Estado em torno de Doria, não haverá apoio formal.

Em Goiás, onde o ex-governador Marconi Perillo é próximo a Doria, há lideranças que apoiam Leite. Na Paraíba e no Rio, o quadro é oposto. O presidente do diretório paraibano, Pedro Cunha Lima, apoia o gaúcho, enquanto os deputados federais Ruy Carneiro e Edna Henrique estão ao lado de Doria.

No Rio, o deputado federal Otávio Leite declarou que estará com o gaúcho, mas o secretário estadual de Obras, Max Lemos, preferiu ficar ao lado do governador de São Paulo.

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