Sexta-feira, 29 de Março de 2024

Home em foco “Não há hesitação possível; vou apoiar Lula no 1º turno”, diz ex-chanceler Aloysio Nunes, do PSDB

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O ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes (PSDB) declarou na sexta-feira (13) que votará no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno, em 2 de outubro. E explica: não se trata de uma rejeição à provável aposta de seu partido, o ex-governador João Doria, e sim de uma escolha “entre a civilização e a barbárie”.

“Só há duas vias abertas hoje, a via da manutenção do Bolsonaro ou a derrota dele. E quem tem condição de derrotá-lo é o Lula. Não há hesitação possível. Vou apoiá-lo no primeiro turno”, diz o ex-ministro, que já ocupou vários cargos no Executivo e no Legislativo pelo PSDB paulista.

O apoio de Nunes ao pré-candidato do PT foi revelado em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

Sobre a pré-candidatura de João Doria, Nunes explicou que o ex-governador de São Paulo “não tem apoio consistente dentro do próprio PSDB”. “Existe uma rejeição muito forte a ele, que acho até injusta do ponto de vista administrativo, porque ele fez um bom governo, e político, pois Doria foi um dos pouquíssimos tucanos que enfrentaram, de fato, Bolsonaro”, afirmou.

Terceira via

O fator determinante para o apoio de Nunes a Lula já no primeiro turno foi o fato de nenhum nome da chamada “terceira via” ter se mostrado competitivo até o momento. “É a quarta vez que o Ciro Gomes vai se candidatar. Ele não tem mais coelho da cartola para tirar. Os dois polos já estão dados”, disse o ex-chanceler.

De acordo com Nunes, também pesou para a declaração de apoio ao pré-candidato do partido que, historicamente, foi rival do PSDB, o fato de, na avaliação dele, o Brasil “não aguentar um segundo mandato de Jair Bolsonaro”.

“Eu estou me colocando diante de uma situação nacional dramática. Com mais quatro anos de Bolsonaro, o Brasil chafurda numa situação de corrosão democrática. Estamos diante da escolha entre a civilização e a barbárie.”

Biografia

Aloysio começou a militância política em 1963, quando entrou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo. Logo depois do golpe militar de 1964, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), que, por ter sua existência proibida, atuava na clandestinidade. Foi presidente do tradicional Centro Acadêmico XI de Agosto e formou-se bacharel em direito em 1968.

Como o PCB se opunha à resistência armada contra a Ditadura Militar que se instalara desde 1964 no Brasil, Aloysio Nunes ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo.

Assumiu na clandestinidade o pseudônimo Mateus. Durante muito tempo foi motorista e guarda-costas de Marighella. Sofrendo um processo penal, fugiu para Paris utilizando um passaporte falso. Foi posteriormente identificado como guerrilheiro e condenado com base na extinta Lei de Segurança Nacional.

Em 1979, pode regressar ao Brasil devido à promulgação da Lei da Anistia. Desfiliou-se do PCB, ainda na clandestinidade, e filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), depois PMDB, tendo sido eleito por este partido deputado estadual de 1983 a 1991 em seu estado natal.

Foi candidato derrotado do PMDB à prefeitura de São Paulo em 1992 por Paulo Maluf. Foi uma eleição polarizada basicamente entre Paulo Maluf e Eduardo Suplicy, tendo sido advertido de que seria quase impossível vencê-la.

De 1995 a 2007, foi eleito deputado federal. Em 1997, saiu do PMDB e se filiou ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Interrompeu o mandato de 1999 a 2002, ao ocupar dois ministérios do governo Fernando Henrique Cardoso: a secretaria-geral da Presidência e o Ministério da Justiça.

Aloysio foi secretário municipal de São Paulo durante o governo José Serra/Gilberto Kassab. Durante o mandato de José Serra à frente do governo de São Paulo, Aloysio foi o secretário da Casa Civil.

Em 3 de outubro de 2010 foi eleito senador pelo PSDB de São Paulo, com 11.189.168 votos (30,42% dos válidos), tornando-se o senador mais votado do país, ao superar o recorde do petista Aloizio Mercadante estabelecido em 2002, com 10.491.345 votos (29,9% dos válidos, à época) e tendo ficado bem à frente da também petista Marta Suplicy – também eleita senadora como a segunda colocada com 8.314.027 votos (22,61% dos válidos).

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