Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 9 de maio de 2024
Um gráfico atualizado de forma constante no site do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (snirh.gov.br) aponta uma redução de 30 centímetros no nível do Guaíba em 48 horas. O índice, que duas noites antes apontava 5,3 metros, caiu para 5 metros por volta das 23h desta quarta (8). Mas o alagamento avançou sobre bairros de Porto Alegre próximos da orla.
Ao longo do dia, a invasão da água já chegava à altura do peito em determinados trechos de ruas próximas à Praia de Belas, Cidade Baixa e Menino Deus. Nas imediações da Igreja Pão dos Pobres, a Rua da República estava inundada até uma quadra antes da Lima e Silva.
Uma das regiões mais identificadas com a boemia deu lugar a um cenário pouco movimentado e com reduzido número de estabelecimentos comerciais. No trecho entre as ruas José do Patrocínio e João Alfredo, uma cena pouco comum até então: a presença de tanques anfíbios do Exército, a serviço de operações como o resgate de moradores ainda resistentes em deixar a área.
O problema foi agravado na segunda-feira, quando uma estação de bombeamento do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) instalada junto ao Parque da Harmonia que serve para impedir o avanço da água do Guaíba acabou inundando rapidamente os bairros próximos.
Na divisa da região com o Centro Histórico, a Ponte de Pedra – inaugurada em 1848 – entrou para a estatística de cartões-postais da cidade quase submersos. A cena impressionou moradores e rendeu imagens aéreas impactantes no site prefeitura.poa.br.
Houve quem tivesse dificuldade de identificar o cenário parcialmente escondido sob a água, que chegou à rua Demétrio Ribeiro, localizada duas quadras abaixo da Duque de Caxias (onde está sediado o Palácio Piratini, sede do governo estadual).
Normalização deve demorar
Projeções do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS) indicam prazo mínimo de um mês para que o nível do Guaíba volte a ficar abaixo da chamada cota de inundação (3 metros). Além disso, estudos de incidentes desse tipo (como a célebre enchente de 1941) mostram que a velocidade de inundação tende a ser maior que a de normalização.
Imagine uma piscina: em caso de temporal ou enxurrada, a água entrará na estrutura com facilidade, mas para sair dali precisará de tempo para evaporar (desde que não chova novamente) ou do trabalho humano para retirada. O exemplo pode ser aplicado a ruas em nível mais baixo que outras, dentre outras áreas mais suscetíveis ao acúmulo hídrico.
(Marcello Campos)
No Ar: Pampa Na Tarde