Quinta-feira, 17 de Julho de 2025

Home Rio Grande do Sul Novo programa gaúcho destinará quase R$ 13 milhões para incentivar a permanência de jovens na zona rural

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A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Rio Grande do Sul assinou os contratos da primeira etapa do programa “Agrofamília”, prevendo R$ 12,5 milhões em projetos de incentivo à permanência de jovens na área rural. De acordo com o governo do Estado, a iniciativa agora avança para a fase de implementação nas propriedades contempladas.

Executado com recursos do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), a atual fase programa tem 244 selecionados em diferentes regiões. A segunda e última etapa foi autorizada, com a previsão de beneficiar mais 273 jovens.

Os projetos agroprodutivos de jovens da agricultura familiar são uma iniciativa estadual voltada ao estímulo da permanência dos jovens no meio rural e ao fortalecimento da sucessão nas propriedades da agricultura familiar. O programa é destinado a jovens entre 15 e 29 anos, que podem acessar financiamento entre R$ 10 mil e R$ 25 mil para a implantação de projetos em diversas cadeias agropecuárias. Os recursos podem ser utilizados na aquisição de máquinas, equipamentos e insumos, com um bônus de adimplência de 80%, ou seja, quem pagar em dia terá quitado 80% do valor financiado.

Uma das jovens contempladas nesta etapa foi a pecuarista familiar Jaqueline Kaufmann, 28 anos e residente no município de Roque Gonzales (Noroeste gaúcho). Após o falecimento do pai, ela assumiu a propriedade da família e passou a se dedicar à criação de gado-de-corte. Com o apoio de R$ 25 mil do programa estadual, por meio do Feaper, ela está investindo na ampliação do rebanho. Jaqueline destaca a importância de incentivos que fortaleçam a sucessão familiar e viabilizem a permanência dos jovens no campo, especialmente diante das dificuldades de acesso a crédito com juros elevados.

Outras novidades

Durante o ato de assinatura, o Executivo estadual apresentou outras seduas medidas de fortalecimento da agricultura familiar. A primeira consiste na sanção de uma lei que isenta agricultores e pecuaristas familiares da exigência de outorga e de cobranças futuras pelo uso da água – medida que reduz custos e burocracia.

A segunda é a formalização da adesão ao Pacto pela Juventude Rural, promovido pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag). No foco está o desenvolvimento de políticas públicas voltadas a esse público-alvo, com base em diretrizes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Ações em andamento

Já o programa “Terra Forte” tem por finalidade a recuperação de solos. Com investimento inicial de R$ 300 milhões, promoverá práticas sustentáveis, assistência técnica e uso de tecnologias de baixa emissão de carbono. Executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), integra o “Plano Rio Grande” e pode beneficiar até 150 mil propriedades dedicadas à agricultura familiar.

O “Bolsa Juventude Rural”, por sua vez, é voltado a estudantes do Ensino Médio na faixa etária de 15 a 29 anos, por meio da concessão de bolsas de R$ 300 mensais ao longo de quase um ano. Em 2025, serão beneficiados 134 jovens de 47 escolas em 44 municípios, com investimento de R$ 402 mil.

Não menos relevante é o projeto “Escolas Famílias Agrícolas” (EFA), que alia formação teórica e prática para fortalecer o vínculo dos jovens ao meio rural. Iniciativas já em execução beneficiam 180 jovens dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) da Serra e do Vale do Rio Pardo, com investimento de cerca de R$ 500 mil.

Também já está em prática o programa “Young Farmers”, que promove o intercâmbio de jovens do meio rural, através de atividades relacionadas a inovação, gestão e sucessão no campo. Na pauta, o incentivo ao empreendedorismo e à qualificação técnica.

Com a palavra…

Ao rubricar o documento, o governador Eduardo Leite destacou a importância de se criar condições para que a juventude permaneça no campo: “Cada jovem deve ser livre para escolher o futuro que deseja onde quiser, mas nenhum deve ser forçado a escolher um futuro diferente porque o Estado não alcançou a ele a oportunidade de se desenvolver e prosperar em sua origem”.

O secretário da SDR, Vilson Covatti, destacou que as assinaturas de contratos representam oportunidades reais para os jovens que escolheram permanecer no campo: “A vida é uma questão de oportunidade, e isso se revela quando a gente ama o que faz. Como filho de agricultor, hoje tenho a chance de, como secretário, ajudar a transformar a realidade de quem vive da agricultura. Sem renda, não há sucessão rural”.

(Marcello Campos)

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