Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home em foco Número 2 na Caixa, Celso Barbosa também deve deixar o banco

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Celso Leonardo Barbosa, vice-presidente de atacado da Caixa Econômica Federal, também deve deixar o banco, segundo informações do Estadão/Broadcast, após a saída de Pedro Guimarães, ex-presidente do banco que foi denunciado por funcionárias por assédio sexual.

Barbosa era visto internamente como o “número dois” no banco público, muito próximo ao ex-presidente da Caixa. Ele costumava assumir a presidência do banco interinamente em algumas viagens internacionais de Guimarães, e trabalhou na Brasil Travel, holding de agências de turismo que o executivo tentou constituir na década passada.

A permanência de Barbosa é avaliada diante da citação de seu nome nas denúncias de assédio sexual que levaram à queda de Guimarães da Caixa, na última quarta-feira (29).

As denúncias contra o ex-presidente da instituição foram reveladas pelo portal Metrópoles.

Pedro Guimarães nega as acusações.

A Caixa está sendo comandada interinamente pela vice-presidente de Habitação, Henriete Bernabé, escolhida ontem pelo conselho. A nova presidente, Daniella Marques, deve tomar posse no banco nesta terça (5).

Relato

Uma funcionária da Caixa disse ter sido assediada pelo ex-presidente do banco Pedro Guimarães em um jantar da empresa em Brasília (DF). No início do ano passado, Guimarães teria a abraçado pela cintura para tirar uma foto e mantido o abraço depois, contra a vontade da mulher, apertando-a contra seu quadril e pedindo que ela o “abraçasse forte”. “Mantém a mão. Me abraça forte, me aperta, está com medo de mim?” disse Guimarães, segundo contou a servidora.

A acusação ainda não está sob investigação formal – a servidora pretende procurar o Ministério Público Federal (MPF), mas teme que o caso venha a público e que possa sofrer represálias, a principal delas financeira, com a perda do cargo de confiança que ocupa na empresa e que responde por boa parte de seu salário.

Maria (nome fictício usado para preservar a identidade da funcionária) contou que o superintendente de seu setor participou de um evento no Palácio do Planalto, em Brasília. De lá, mandou uma mensagem para ela dizendo que foi orientado por superiores a indicar uma mulher que ocupasse cargo de gerência para participar de um jantar, no mesmo dia, com o então presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

A alegação era de que era necessária a indicação de mulheres para promover a “equidade de gênero”. Outras mulheres de outros setores também foram escolhidas.

No jantar (cujo local e data foram divulgados para evitar a identificação da funcionária), Maria sentou-se à mesa com nove mulheres e o vice-presidente responsável pela sua área de atuação. Cerca de 80 pessoas estavam no local. Guimarães passou de mesa em mesa tirando fotos com os presentes.

De acordo com o relato de Maria, o ex-presidente a abraçou pela cintura e pediu que ela também o abraçasse pela cintura. Quando o fotógrafo terminou as fotos, ela tentou tirar o braço, mas Guimarães pediu que ela mantivesse o enlace. “Por que você abaixou a mão? Mantém a mão. Me abraça forte, me aperta, tá com medo de mim?”, teria dito o então presidente, segundo a funcionária. Maria disse que tentou tirar a mão por mais duas vezes e foi impedida por Guimarães, que a apertava forte.

“Ele me ‘encoxava’, apertando a minha cintura. Beijava minha cabeça várias vezes”, afirmou. “Toda vez que eu tentava tirar a mão ele mandava eu colocar de novo com veemência”.

De acordo com Maria, o ato foi interrompido cerca de cinco minutos depois, quando ela conseguiu retirar o braço. No dia seguinte, ela relatou o ocorrido a superiores, que minimizaram o acontecido, que foi tratado como uma brincadeira.

A funcionária disse que não levou a denúncia adiante na época temendo ser prejudicada, mas resolveu falar agora diante dos outros casos para reforçar as acusações das colegas. “Às vezes no mundo corporativo você precisa fingir de besta pra sobreviver. Mas eu não poderia me calar agora e deixar as pessoas achando que isso não é verdade, que é brincadeira”, afirmou.

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