Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 26 de janeiro de 2023
No período entre sexta e sábado, antes da execução dos atentados às sedes dos Três Poderes em Brasília (DF), no dia 8 de janeiro, o número de pessoas acampadas no QG do Exército deu um salto expressivo de 300 para 3.800 pessoas.
Os dados são do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. O relatório constatou, além do salto do número de acampados, a falta de ação de comandantes da gestão de segurança da área pública, para impedir a tentativa de golpe e impedir os estragos ao patrimônio público .
O interventor Ricardo Cappelli, atual gestor da Segurança Pública do Distrito Federal, entregará o relatório ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (27).
O diagnóstico revelará informações sobre o que ocorreu em Brasília antes e depois dos atos extremistas. O documento apresenta a quantidade de 300 pessoas no acampamento em frente ao Exército na sexta (6). No dia seguinte, sábado (7), o número pulou para 3.800 manifestantes “pró-ditadura militar”.
As informações revelam também que a invasão não foi contida pela segurança por falta de informação, mas sim falta de ação dos comandantes. O volume de pessoas e a situação do acampamento em ao frente ao quartel general de conhecimento das autoridades.
De acordo com a apuração, o levantamento também menciona que houve comunicação sobre a situação e riscos que esse aumento trazia, mas que nada adiantou diante da inércia dos comandantes das forças de segurança em controlar os ataques.
No dia 8 de janeiro, manifestantes contrários ao governo atual passaram por bloqueios policiais, invadiram e depredaram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF.
Como consequência, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi afastado do cargo e o secretário de segurança à época, Anderson Torres, foi preso. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal na segurança do DF no mesmo dia dos ataques.
Recuo
O Supremo Tribunal Federal vai incluir no inquérito que apura a responsabilidade de autoridades nos atos de vandalismo no dia 8 de janeiro imagens feitas pela própria Corte que mostram o recuo de policiais militares do Distrito Federal diante de manifestantes radicais, o que facilitou o acesso dos vândalos ao prédio do tribunal.
Nesse inquérito, o Supremo apura se houve omissão de autoridades, como do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB), do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do ex-comandante-geral da Polícia Militar do DF coronel Fábio Vieira. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.
As imagens foram feitas por drones, câmeras instaladas no prédio e do circuito interno, além das acopladas nos uniformes dos policiais judiciais. As gravações são do dia 8 de janeiro, quando as três sedes dos Poderes em Brasília foram vandalizadas, e foram divulgadas pelo STF à imprensa na quarta-feira (25).
No Ar: Pampa Na Tarde