Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 13 de outubro de 2022
Nem a fome, sede e cansaço, o risco de contrair doenças ou de sofrer violência física ou sexual ao longo de uma jornada de 106 km no meio da selva entre o Panamá e a Colômbia impediram que, até o fim de setembro, mais de 151 mil migrantes, a grande maioria venezuelanos, se arriscassem pela travessia do Tampão de Darién rumo aos EUA, uma das mais perigosas do mundo.
O número já ultrapassa o recorde do ano passado, de mais de 133 mil pessoas — superior ao total acumulado em toda a década anterior.
Além do número sem precedentes de migrantes que se arriscam na travessia, há ainda uma mudança de perfil. Se, até o ano passado, os haitianos eram maioria, agora são os venezuelanos, correspondendo a mais de 70% do total.
Segundo o Serviço de Migração do Panamá, houve um crescimento impressionante de 6.690% de venezuelanos atravessando o Darién quando comparados os dados de janeiro a setembro do ano passado e o mesmo período deste ano: de 1.586 para 107.692. No ano passado inteiro, os venezuelanos somaram 2.819.
Desde 2015, mais de 6,8 milhões de venezuelanos deixaram o país, segundo a ONU, rumo, principalmente, a outros países sul-americanos. Mas o agravamento da instabilidade econômica em toda a região levou aqueles que já haviam conseguido se estabelecer financeiramente em países como Colômbia e Equador a tentar a sorte nos EUA. Não por acaso, o número de venezuelanos apreendidos na fronteira Sul dos EUA bateu níveis recordes nos últimos meses.
Publicado esta semana, um relatório da ONU mostra que cerca de 4,3 milhões de refugiados e migrantes da Venezuela têm dificuldades de acesso a alimentação, moradia e emprego formal nos países onde vivem atualmente. Para comprar comida ou evitar viver nas ruas, muitos são obrigados a recorrer ao trabalho sexual, pedir esmolas e se endividar.
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