Quinta-feira, 31 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 29 de julho de 2025
Um estudo realizado pelo King’s College London, em parceria com a empresa de ciência alimentar ZOE, analisou os hábitos alimentares de quase 70 mil mulheres na perimenopausa e na pós-menopausa. O objetivo foi investigar a relação entre a dieta e os sintomas enfrentados por mulheres nesse período de transição hormonal. Os dados apontam para um fator comum entre as participantes que relataram menor intensidade nos sintomas: uma alimentação rica em variedade de plantas.
A pesquisa revelou que mulheres que consumiam ao menos 30 tipos diferentes de plantas por semana apresentavam menos sintomas como ondas de calor, insônia, mudanças de humor e fadiga. Entre os alimentos considerados estavam frutas, verduras, legumes, grãos integrais, nozes, sementes, especiarias e leguminosas. Essa diversidade alimentar estaria associada a melhor saúde intestinal e à regulação hormonal, fatores considerados cruciais durante a menopausa.
Os cientistas explicam que uma microbiota intestinal diversificada ajuda a metabolizar melhor os hormônios, o que pode suavizar os efeitos da flutuação estrogênica típica da menopausa. A pesquisa reforça, ainda, a importância de padrões alimentares ricos em fibras, antioxidantes e compostos bioativos presentes nos alimentos de origem vegetal.
Apesar dos benefícios observados, o desafio está em transformar esse padrão alimentar em uma prática cotidiana. A média de consumo da maioria das mulheres analisadas no estudo era de cerca de 10 a 15 tipos de plantas por semana — bem abaixo da meta ideal. Fatores como rotina corrida, acesso a alimentos frescos e falta de orientação nutricional dificultam a diversificação das refeições.
Especialistas apontam que alcançar a meta de 30 plantas por semana exige planejamento, mas não precisa ser complexo. Incluir temperos variados, como cúrcuma, coentro e salsinha, ou substituir alimentos processados por opções naturais, como feijão, lentilha, castanhas e frutas secas, já pode ampliar a diversidade alimentar sem aumentar significativamente os custos ou o tempo de preparo.
Para mulheres na perimenopausa ou na pós-menopausa, mudanças no estilo de vida, como dieta balanceada e atividade física, têm impacto comprovado na qualidade de vida. A alimentação, em especial, vem ganhando destaque como uma ferramenta de apoio natural e acessível para enfrentar os efeitos da queda hormonal, com menos dependência de tratamentos hormonais ou medicamentos.
Ainda que o estudo não tenha comprovado relação de causa e efeito, os dados reforçam uma tendência crescente na medicina e na nutrição: o papel central da saúde intestinal na regulação de processos inflamatórios e hormonais. A inclusão variada de plantas na dieta, portanto, não é apenas uma recomendação nutricional genérica, mas pode se tornar uma estratégia direcionada para mulheres que enfrentam os desafios da menopausa.
Com o envelhecimento populacional e o aumento da expectativa de vida, especialistas defendem que estratégias alimentares preventivas e acessíveis sejam incorporadas nas políticas de saúde pública. O estudo do King’s College London oferece mais uma evidência de que pequenas mudanças na alimentação podem ter grande impacto na saúde feminina durante uma das fases mais desafiadoras da vida.
No Ar: Pampa Na Madrugada