Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2025

Home em foco “O PT deve focar cristãos, jovens e empreendedores”, diz petista neófito que trouxe o melhor resultado do partido nas eleições

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“Na vitória e na derrota, a gente tem que fazer uma reflexão. Mas isso tem de ser feito de forma interna, sem a gente ir a público, expor alguma situação para causar algum incômodo”, diz o petista neófito, Evandro Leitão, que conquistou o melhor resultado do partido nas eleições municipais deste ano. Eleito prefeito de Fortaleza, a quarta maior cidade do Brasil, no segundo turno, ao vencer o candidato do PL, André Fernandes, Leitão foi uma aposta do ministro da Educação, Camilo Santana, e do líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE).

Ele defendeu a atualização do PT. “Temos que nos atualizar sobre segmentos importantes da sociedade, mostrando para essas pessoas aquilo que nós desejamos enquanto sociedade, Estado e País”, disse. O prefeito eleito citou três alvos prioritários: cristãos, empreendedores e juventude. “É importante que a gente tenha essa humildade para reconhecer e fazer essa reflexão.”

Leitão também condenou a “lavação de roupa suja” pública entre dirigentes do PT após o fim das eleições. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. “Na vitória e na derrota, a gente tem que fazer uma reflexão, e tirar algumas previsões. Mas isso tem de ser feito de forma interna, sem a gente ir a público, expor alguma situação para causar algum tipo de incômodo.”

Para ele, a vitória em Fortaleza aconteceu porque a população conseguiu assimilar, se apropriar “daquilo que a gente deseja para Fortaleza nos próximos quatro anos”. “A segunda tem a ver com as estratégias que nós utilizamos, de comunicação, que fizeram com que a população tivesse um diálogo mais próximo conosco. Foi um conjunto de fatores. O que nós acompanhamos na campanha foram pessoas extremamente arrogantes tentando impor suas vontades, e não pensando na população”, frisou.

Confira parte da entrevista do deputado ao Estadão:

O ex-prefeito Roberto Claudio apoiou a oposição no segundo turno, com pedetistas falando até em um “apoio velado” de Ciro Gomes e do prefeito José Sarto a André Fernandes. É possível trazer de volta o PDT à base do governo?

Depende. Se tiver falando de Câmara Municipal, acredito que sim, não vejo problema. Agora, com outras lideranças do PDT, vejo como pouco provável, com atitudes que surpreenderam inclusive o universo político de Fortaleza, do Estado e do Brasil.

Como pretende atrair essa outra metade dos eleitores que não votou no sr.?

Precisamos nos comunicar bem com a população. Precisamos construir políticas públicas para aquilo que mais precisam. Vamos trabalhar para apresentar soluções para os problemas da população.

Que lição a campanha de Fortaleza pode deixar para o PT?

Acho que a capacidade de mobilização do PT é enorme. Isso foi demonstrado agora, nesta eleição, onde nossa militância foi às ruas e disse não ao bolsonarismo. Segundo, acredito que temos que fazer uma reflexão interna sobre como melhorar o diálogo com determinados segmentos da sociedade. É importante que a gente tenha essa humildade para reconhecer e fazer essa reflexão. Temos que dar um F5 (tecla de atualiza uma página na internet), nos atualizar sobre segmentos importantes da sociedade, mostrando para essas pessoas aquilo que nós desejamos enquanto sociedade, Estado e País.

Quais segmentos?

Segmentos como o dos cristãos, o da juventude e o dos empreendedores. São segmentos importantes, formadores de opinião. Precisamos nos aproximar mais, pelo diálogo, e apresentar políticas públicas para que eles possam ver que efetivamente temos respeito e queremos a transformação.

O resultado no Ceará foi o melhor do partido nesta eleição. O nome do deputado José Guimarães é um dos cotados para assumir a presidência do PT. Ele tem o apoio do sr.?

Acredito que Guimarães, Camilo, Elmano (de Freitas, governador) se credenciaram dentro do partido, sim. Mas, para questão de presidência nacional, a gente precisa ter um amplo diálogo. É fato que o Estado do Ceará termina tendo uma importância maior, pelo protagonismo e resultado das urnas, mas temos que respeitar as nossas lideranças: a presidente Gleisi e o presidente Lula para construir o melhor nome que possa unificar nosso partido.

É um momento de o PT se pacificar ou acredita que discussões como essa são salutares para o amadurecimento do partido?

Na vitória e na derrota, a gente tem que fazer uma reflexão, e tirar algumas previsões. Mas isso tem de ser feito de forma interna, sem a gente ir a público, expor alguma situação para causar algum tipo de incômodo.

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