Terça-feira, 23 de Abril de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 27 de janeiro de 2022
Representantes dos setores de eventos e turismo têm pressionado o governo federal para que edite uma nova medida provisória com regras para o cancelamento de shows, festivais e outras agendas por conta do recrudescimento nos casos de covid-19.
Reunião na última terça-feira (25), com os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e João Roma (Cidadania) avançou no tema. O motivo da pressa é que a MP 1.036/2021, que desobrigava empresas de reembolsar consumidores desde que assegurassem a eles o direito de reagendar serviços adiados, caducou em dezembro. O governo manteve os braços cruzados e então uma onda de judicialização passou a ser apontada como realidade.
Enquanto a pressão do setor aumenta, entre aliados do governo de Jair Bolsonaro a expectativa é de que o Palácio do Planalto sinalize uma solução para o problema antes da abertura do ano legislativo, na semana que vem.
Um dos principais articuladores da nova MP é o deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), que esteve na reunião desta semana. “É uma medida urgente para dar segurança jurídica ao consumidor, ao fornecedor e aos empresários”, disse.
Do presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), Doreni Caramoni Júnior: “Vivemos um momento de insegurança causado por um vírus que não é culpa de ninguém. Justamente por isso existe a necessidade de que se regule a situação para evitar uma chuva de judicializações”.
Impactos no turismo
A variante ômicron reacendeu as incertezas e colocou vários setores em alerta, principalmente o turismo. A alta disseminação do vírus já causou cancelamentos de eventos importantes, entre eles, o Carnaval.
Um relatório divulgado recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) informa que a cepa já é responsável por 60% dos casos no último mês e que as curvas de transmissão de países como Canadá e Reino Unido, que têm coberturas vacinais semelhantes às do Brasil, caíram depois de um mês, o que tem levado especialistas a projetarem, apesar da alta transmissibilidade, a diminuição de casos no final de fevereiro.
Mas enquanto os números não caem, as empresas ligadas ao turismo já sinalizam que estão em alerta e enfrentando algumas dificuldades. “Nós já fomos impactados com muitas remarcações e até cancelamentos, uma vez que os viajantes não podem [e nem devem] embarcar pelas positivações que estão ocorrendo”, declara Rodrigo Rodrigues, diretor comercial da Schultz Operadora.
Por outro lado, o executivo diz que, a exemplo do que ocorreu no mercado internacional, a empresa já trabalha com expectativa de retomada a partir de fevereiro e na janela de um mês prevista pelos especialistas. “É o que esperamos. Mais do que isso. É o que precisamos para que os viajantes voltem a ter confiança no planejamento de suas viagens”.
Também a indústria hoteleira segue em alerta. Para Fernando Kanbara, gerente-geral do hotel Grand Mercure Curitiba Rayon, já é possível sentir o impacto, ainda que menor que 2020. E, além disso, o modelo híbrido volta a ser uma alternativa para dar continuidade às agendas.
Já para o diretor de desenvolvimento de novos negócios da Livá Hotéis e Entretenimento, uma operadora independente na gestão de empreendimentos multipropriedade, João Cazeiro, esse segmento ainda não foi impactado “Nós trabalhamos com proprietários, que fazem, em sua maioria o turismo regional e se locomovem por rodovias”.
No Ar: Pampa Na Tarde