Terça-feira, 15 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 15 de outubro de 2023
Com uma proposta de recompensa ao consumo por meio de pontos que, somados, podem ser revertidos em novas compras ou em passagens aéreas, por exemplo, os programas de fidelidade tiveram um aumento de 9,5% no número de cadastros no segundo trimestre deste ano, alcançando 306,3 milhões de registros. O dado é da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf).
A mesma comparação aponta que o volume de pontos gerados e resgatados subiu: 25,9% e 23,5%, respectivamente. Não entram na estatística os programas de “cashback”, ou seja, quando varejistas devolvem parte das compras em dinheiro.
O fato é que os brasileiros estão mais atentos às vantagens que podem ter aderindo a programas de fidelidade. Paulo Curro, diretor executivo da Abemf, atribui o movimento ao surgimento de diferentes modalidades de programas de recompensas e à busca de descontos para compras: “Os consumidores sentem cada vez mais que não participar de programas de fidelidade significa perder dinheiro”.
O Mastercard Surpreenda registrou alta de 65% no número de cadastros, bem acima da média. Na Livelo, houve aumento de 30% no volume de pontos acumulados entre janeiro e agosto, e o resgate deles nos chamados produtos financeiros (como ‘cashback’ e compra de produtos e serviços em marcas parceiras) disparou 128%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em todo o setor, a conversão de pontos em milhas para a compra de passagens de avião representa 85% dos resgates, de acordo com a Abemf. “De janeiro a agosto deste ano, em comparação com 2022, a quantidade de pontos utilizados para o resgate de viagens cresceu 72%”, observa Marcelino Cruz, diretor-executivo de Desenvolvimento de Negócios B2B da Livelo.
Diretor-geral do Latam Pass no Brasil, Martin Holdschmidt afirma que há um crescimento considerável no número de brasileiros viajando de avião e pagando apenas a taxa de embarque do aeroporto:
“No primeiro semestre, foram resgatadas (emitidas com milhas) mais de 2,8 milhões de passagens aéreas domésticas e internacionais, 18% acima do registrado em 2022 e 4% acima do registrado em 2019 (antes da pandemia), ano em que foram registrados recordes na aviação brasileira”.
Diretor de Operações da consultoria Gouvêa Ecosystem, Eduardo Yamashita analisa que o crescimento dos cadastros em programas de fidelidade tem a ver com melhor entendimento do consumidor sobre as vantagens de programas de fidelidade. Isso estimula o aumento do leque de programas, que começaram na aviação e hoje alcançam os mais diferentes segmentos do cotidiano, como farmácias e supermercados.
“Efeito 123milhas”
Para o executivo, a crise de empresas de viagens baseadas em recompensas como 123milhas e MaxMilhas (que entraram em recuperação judicial) acabou chamando a atenção dos consumidores para o assunto e, com a desconfiança, pode também ter estimulado mais gente a resgatar pontos antes do previsto:
“É natural que o consumidor fique de alguma maneira receoso, mas as empresas têm procurado fazer uma comunicação cada vez mais clara para mitigar essa insegurança”.
Quem deseja começar a desfrutar das vantagens dos programas de fidelidade, como o acúmulo de pontos e milhas para viagens, deve começar a buscá-los para além dos gerados pelo uso do cartão de crédito. Há plataformas de comércio on-line que recompensam compras com pontos.
Outra forma de acelerar o acúmulo de pontos é ficar atento a campanhas dessas plataformas que multiplicam as recompensas em datas especiais ou dependendo de quando será o resgate. “Tudo que a gente consome pode virar milha, ainda que seja pago no boleto ou débito. Se você compra um celular de R$ 3 mil, dá para ganhar até o triplo em pontos, dependendo da campanha” diz o especialista Eduardo Loredo, fundador do Academilhas.
Precaução
Apesar das facilidades, é preciso cuidado para não comprar demais só para acumular recompensas. Além disso, deve-se atentar às regras e condições de cartões de crédito e programas de varejistas que geram pontos para, por exemplo, não perder a data de validade e ver os pontos expirarem.
Especialista em finanças pessoais e professora da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRJ), Graziela Fortunato recomenda:
“É uma inteligência do consumidor usar a compra a seu favor, porque ele pode usar os pontos para economizar na compra de um produto ou passagem aérea futuramente, por exemplo. Mas não dá para pensar em criar uma dívida, que às vezes você nem faria, para criar benefícios, mas entender que, já que você vai gastar, deve ficar atento a essas vantagens, com educação financeira e disciplina.
No Ar: Pampa Na Tarde