Quinta-feira, 03 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de maio de 2022
A política de “covid zero” impulsionada pelo governo da China para conter a pandemia é “insustentável”, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta terça-feira (10), garantindo que já falou sobre o assunto com especialistas chineses.
“Quando falamos da estratégia de ‘covid zero’, acreditamos que é insustentável, considerando-se a evolução atual do vírus e nossas previsões”, disse Tedros em coletiva de imprensa em Genebra.
“Como disse o doutor Tedros, tem que ter capacidade de se adaptar às circunstâncias, ao que vemos nos dados (…) e ele falou em detalhe com os colegas chineses”, disse o diretor de Situações de Emergência, Michael Ryan, recordando que, durante algum tempo, essa estratégia permitiu à China apresentar um resultado de poucas mortes em relação à sua população.
Maria Van Kerkhove, que supervisiona a luta contra a covid na OMS, insistiu que atualmente é impossível deter completamente a transmissão do vírus.
“Nosso objetivo a nível mundial não é detectar todos os casos nem impedir completamente a transmissão. Isso não é possível atualmente”, reconheceu. “O que temos que fazer é reduzir a taxa de transmissão porque o vírus está circulando em um nível de intensidade muito alto”, concluiu a funcionária.
Irritação
A irritação da população de Xangai aumenta cada vez mais com o confinamento anticovid, após mais de 40 dias de restrições. A cidade tem sido palco de eventos incomuns, como confrontos no meio da rua, ou a fuga de operários de uma fábrica.
A metrópole mais populosa da China confinou seus 25 milhões de habitantes no início de abril na esperança de conter o pior surto de coronavírus desde a primeira onda no início de 2020.
Nesta terça, autoridades voltaram a confinar moradores de quatro das 16 regiões da cidade, o que causou indignação da população local. As áreas já haviam sido liberadas diante da sensível melhora da pandemia.
Oficialmente, Xangai registrou mais de 500 mortes em poucas semanas, uma catástrofe para a China, onde o balanço total informado pelas autoridades desde que a pandemia foi deflagrada no país é de cerca de 5 mil mortes.
Apesar de uma forte queda no número diário de casos, as autoridades estão reforçando seu arsenal de medidas antiepidêmicas, em nome da estratégia de “covid zero” defendida pelo governo chinês como prova de sua superioridade política sobre o Ocidente.
Em reação, a população não esconde mais sua frustração e não hesita em enfrentar as forças de segurança em um país onde protestos não são tolerados.
Na noite do último sábado (7), moradores insatisfeitos com o abastecimento de alimentos entraram em confronto com funcionários públicos vestidos com trajes de proteção integral, conforme vídeos divulgados nas redes sociais.
“Agitadores” incitaram vizinhos a ultrapassarem os limites de sua residência isolada, e outros, a atirarem objetos de suas janelas, acusaram as autoridades locais em um comunicado.
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