Sexta-feira, 29 de Março de 2024

Home Mundo Partidos de direita indicam Silvio Berlusconi como candidato a presidente da Itália

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Os partidos de direita italianos confirmaram nesta sexta-feira (14) que querem o polêmico ex-primeiro-ministro e magnata das comunicações Silvio Berlusconi como o próximo presidente da Itália. Eles informaram em um comunicado conjunto que buscarão amplo apoio para ele no Parlamento. “Os líderes da coalizão concordaram que Silvio Berlusconi é a pessoa certa para ocupar este alto cargo nesses tempos difíceis”, disseram os chefes das legendas.

A decisão foi anunciada no final de uma reunião na vila de Berlusconi, em Roma, dos líderes dos principais partidos de direita, entre eles os de extrema direita Liga, de Matteo Salvini, Irmãos da Itália e do próprio Forza Italia, do ex-primeiro-ministro.

O Partido Democrático (PD), de centro-esquerda da Itália, que afastou categoricamente a possibilidade de apoiar Berlusconi como chefe de Estado, disse estar “decepcionado e preocupado” com a decisão. O primeiro turno da votação no Parlamento para o sucessor de Sergio Mattarella está marcado para o dia 24 de janeiro.

Nenhum dos dois principais blocos tem apoio suficiente para lançar um candidato a chefe de Estado e o PD pediu a todos os partidos que tentem construir um consenso em torno de uma figura que não seja tão divisiva quanto Berlusconi, de 85 anos. Nas primeiras quatro votações são necessários dois terços dos votantes para a vitória.

O antissistema Movimento 5 Estrelas, que tem o maior número de parlamentares, reiterou na sexta-feira que nunca poderia apoiar Berlusconi, que foi condenado por fraude fiscal e ainda enfrenta julgamento vinculado a suas festas conhecidas como “bunga bunga”. “Hoje é necessário deixar de lado a filiação partidária, todas as forças políticas devem convergir para uma figura que possa representar os italianos e o país”, disse o vice-presidente do 5 Estrelas, Mario Turco.

Prestígio

Na Itália, uma república parlamentarista, o presidente ocupa sobretudo uma posição de prestígio, mas tem o poder de dissolver o Parlamento, convocar eleições antecipadas e mediar as frequentes crises governamentais como único árbitro.

Mattarella, um experiente parlamentar, está terminando seu mandato após sete anos. Ele foi fundamental para impor o atual primeiro-ministro Mario Draghi como líder de um governo de unidade nacional em fevereiro do ano passado, após o colapso da coalizão no poder.

Draghi é considerado o favorito para o cargo, embora ainda não seja um candidato oficial. No entanto, sua eleição acarretaria no espinhoso problema de encontrar para ele um sucessor que tenha o apoio da maioria atual, o que poderia levar a eleições antecipadas.

‘Inimigo de ninguém’

Apesar de seus recentes problemas de saúde, Berlusconi deseja acrescentar um novo cargo ao seu extenso currículo, o de chefe de Estado. Embora não haja candidatos formais na eleição presidencial, Berlusconi tem feito campanha incansavelmente nos bastidores para convencer os legisladores a votar nele e mobilizou seu império de mídia por trás de sua candidatura.

Apresentado-o como o “herói da liberdade”, que “acabou com a guerra fria” e “exemplo para todos os italianos”, os apoiadores de Berlusconi lançaram na quinta-feira uma campanha inédita para a presidência com uma página publicitária em um jornal nacional exaltando sua genialidade e figura, segundo seus apoiadores.

Um homem “bom e generoso”, “amigo de todos, inimigo de ninguém”, “um empresário que se tornou um exemplo para todos os italianos”, também “o líder ocidental mais apreciado e aplaudido (8 minutos) na ‘ história do Congresso americano’”, afirma o anúncio.

“Ele é um dos maiores contribuintes da Itália”, ressalta o texto, que não aponta que ele foi condenado em 2013 por evasão fiscal, bem como seus atuais problemas judiciais por festas eróticas com menores de idade e suas relações suspeitas com pessoas próximas à máfia.

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