Domingo, 06 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 29 de outubro de 2021
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, confirmou o que muita gente suspeitava: que os EUA mantêm tropas na ilha para treinamento do Exército taiwanês. A China reagiu imediatamente, criticando a presença americana. “Somos contra qualquer forma de intercâmbio e contato militar entre EUA e Taiwan”, disse o porta voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin.
A presença dos EUA na ilha é reduzida, mas o suficiente para causar mais estragos na relação entre Washington e Pequim. Tsai disse ter certeza de que os americanos interviriam em caso de um ataque da China. “Temos uma ampla gama de cooperação com os EUA com o objetivo de aumentar nossa capacidade de defesa”, disse a presidente em entrevista que foi ao ar na CNN.
Questionada sobre quantos militares dos EUA estavam em Taiwan, ela disse apenas que “não são tantos quanto as pessoas imaginam”. A confirmação, porém, vem no contexto do aumento da pressão da China contra a ilha, incluindo repetidas missões de aviões de guerra chineses no espaço aéreo de Taiwan.
O ministro taiwanês da Defesa, Chiu Kuo-cheng, reconheceu ontem que o intercâmbio militar com os americanos é “numeroso e frequente” e vem de muito tempo. “Durante esse intercâmbio, qualquer assunto pode ser discutido”, afirmou Chiu.
No entanto, o ministro garantiu que as forças dos EUA não estão permanentemente baseadas ou guarnecidas em Taiwan. “Se estivessem, isso poderia ser um pretexto para a China atacar a ilha”, disse o ministro, que defendeu o direito de Taiwan de estar preparada para um ataque.
Condenações
Em editorial, o jornal nacionalista chinês Global Times, uma espécie de caixa de ressonância da opinião do governo, considerou que “a presença de soldados americanos em Taiwan é um fato que passou dos limites”. No início do mês, uma fonte do Pentágono havia confirmado, pela primeira vez, a presença de tropas americanas na ilha.
Até agora, contudo, nenhum líder taiwanês havia admitido publicamente a presença desde a saída da última guarnição americana, em 1979. Na ocasião, os EUA cortaram relações diplomáticas com Taipé e estabeleceram laços com Pequim. Embora hoje não reconheça formalmente a soberania taiwanesa, os americanos consideram a ilha um importante aliado.
Na semana passada, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o governo americano “defenderia Taiwan” e estaria comprometido com a ilha em caso de eventual ofensiva da China. Os comentários vão contra a política de longa data de “ambiguidade estratégica”, segundo a qual Washington ajuda Taiwan a construir suas defesas sem se comprometer a sair em apoio à ilha.
Intervenção
Em resposta, a China pediu que Biden tenha “prudência” e evite enviar sinais errados. “Em questões relacionadas a seus interesses fundamentais, como sua soberania e integridade territorial, a China não abre espaço para concessões”, afirmou Wenbin. “O princípio de uma única China é a base das relações sino-americanas.”
“Temos uma gama de cooperação com os EUA com o objetivo de aumentar nossa capacidade de defesa”, disse Tsai Ing-wen, pesidente de Taiwan.
A China afirma que Taiwan é parte de seu território, que deve ser tomado à força, se necessário. O governo taiwanês diz que é um país independente e defenderá suas liberdades e democracia. Os americanos, no entanto, estão cada vez mais preocupados com o avanço militar e tecnológico dos chineses, especialmente após a anexação completa de Hong Kong.
Unificação
Os EUA – e muitos taiwaneses – temem que a ilha seja o próximo alvo do presidente chinês, Xi Jinping, que prometeu a “unificação pacífica” do território. “A questão de Taiwan é um assunto interno da China. Ninguém deve subestimar a determinação do povo chinês em defender a soberania e sua integridade territorial”, afirmou Xi.
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