Segunda-feira, 09 de Dezembro de 2024

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Pesquisadores americanos descobriram um novo efeito do medicamento Ozempic, que tem como princípio ativo a semaglutida, e seus similares. Além de tratar a diabetes 2, eles podem reduzir pela metade o risco de intoxicação por álcool em pessoas com transtorno por uso de álcool (TUA), segundo um estudo publicado na revista científica Addiction pela equipe.

Além disso, conforme as evidências encontradas, fármacos análogos ao hormônio GLP-1 também levam a uma taxa 40% menor de overdose de opioides no grupo com transtorno de uso de opioides.

“Essa descoberta está alinhada com pesquisas recentes em animais que descobriram que os medicamentos GLP-1 AR tratam efetivamente os efeitos comportamentais agudos relacionados ao uso de substâncias de etanol, cocaína, anfetamina e nicotina em roedores”, acrescentam os autores.

Anteriormente, apenas estudos de pequena escala foram realizados para encontrar associações entre a classe de medicamentos à qual pertence o Ozempic e o tratamento de transtornos por uso de substâncias.

Neste, encabeçado pela Universidade Loyola Chicago, localizada nos Estados Unidos, foram analisadas 503.747 pessoas transtorno do uso de opioides e 817.309 com transtorno do uso de álcool.

“As descobertas deste estudo têm o potencial de sugerir implicações significativas tanto para a prática clínica quanto para a política de saúde pública nos próximos anos”, escreveram os autores do estudo.

De acordo com os pesquisadores, a via de recompensa do cérebro (nome popular da via mesolímbica), acionada pelo Ozempic e semelhantes, como o Wegovy, consegue se sobrepor ao comportamento gerado pelo vício.

Câncer

Um estudo publicado na revista científica JAMA sugere que os injetáveis utilizados contra a diabetes e obesidade podem ajudar na redução do risco de 10 tipos de câncer. Pesquisadores compararam mais de 1,6 milhão de pacientes com diabetes tipo 2 que foram tratados com insulina ou medicamentos da classe de análogos de GLP-1, entre 2005 e 2018.

Os resultados mostraram que aqueles que receberam análogos do GLP-1 tiveram um risco significativamente menor de desenvolver 10 dos 13 tipos de câncer estudados, incluindo câncer renal, pancreático, esofágico, ovariano, hepático e colorretal. Por outro lado, para alguns tumores, não houve redução significativa no risco, como tiroide e câncer de mama em mulheres na pós-menopausa.

Por exemplo, os pacientes que tomavam insulina tinham duas vezes mais probabilidade de serem diagnosticados com câncer de pâncreas, colorretal, vesícula biliar e meningioma, em comparação com os que receberam análogos do GLP-1. O risco também foi reduzido nos tumores de esôfago, endométrio, estômago, rim, ovário e mieloma múltiplo.

Os pesquisadores não especularam por que os medicamentos, que pertencem à classe de medicamentos chamados análogos do GLP-1, poderiam diminuir as chances de câncer de um paciente. Mas escrevem que “dado que a diabetes tipo 2 e o excesso de peso ou a obesidade têm impactos negativos nos pacientes durante o tratamento do câncer, os GLP-1 devem ser avaliados para o controle destas comorbidades durante o tratamento do câncer, bem como para a prevenção secundária para retardar a recorrência do câncer”.

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