Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home Saúde Pesquisadores temem que vírus da covid crie resistência a novas drogas

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À medida que os medicamentos Paxlovid, da Pfizer, e molnupiravir, pílula da Merck – MSD no Brasil – em parceria com a Ridgeback Biotherapeutics, os primeiros antivirais contra a o coronavírus aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora dos Estados Unidos, começam a ser distribuídos em larga escala, pesquisadores temem que o vírus encontrará maneiras de driblar a eficiência das drogas.

Ambos os medicamentos devem ser tomados quando surgirem os primeiros sintomas, evitando o agravamento da doença. Mas os vírus têm alta capacidade de mutação e podem desenvolver resistência a eles. No caso de antivirais usados sozinhos, como é o caso dos dois, o risco é maior. É por isso que o tratamento de outros vírus, como HIV e hepatite C, consiste em coquetéis com várias drogas.

“Sabemos que é provável que isso aconteça em algum momento, então precisamos dar o máximo e cortá-lo pela raiz antes que ele saia do controle”, afirmou Katherine Seley-Radtke, professora de química da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, em entrevista ao The Wall Street Journal.

A provação emergencial dos dois medicamentos pela FDA prevê o envio de relatórios mensais por parte dos laboratórios farmacêuticos com informações sobre quaisquer indícios de resistência. Além disso, os fabricantes dos antivirais precisam monitorar a eficácia das drogas contras as variantes e oferecer amostras para que pesquisadores do governo façam suas próprias análises.

O molnupiravir é indicado a adultos maiores de 18 anos que tenham testado positivo para a doença e apresentem alto risco de desenvolvimento de quadros graves, incluindo internação ou morte. Feito de anticorpos monoclonais, proteínas produzidas em laboratório que imitam anticorpos gerados naturalmente pelo organismo, o tratamento funciona como uma aplicação extra de anticorpos contra o coronavírus no organismo de pessoas infectadas, impedindo a progressão severa da doença.

Já a pílula Paxlovid, da Pfizer, é indicada para maiores de 12 anos que também apresentem alto risco de desenvolvimento grave da doença, incluindo hospitalização ou óbito. A droga age bloqueando uma enzima chamada protease, envolvida em sua replicação.

Ômicron x Delta

A variante Ômicron do coronavírus SARS-CoV-2, responsável por dois terços dos novos casos de covid na Europa, representa menos 50% a 60% de risco de hospitalização e morte do que cepas anteriores, como a Delta, anunciou o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).

O ECDC diz que a Ômicron foi identificada em todos os países da União Europeia e Espaço Econômico Europeu, com “prevalência estimada de 69,4%”, 20% a mais que na semana anterior.

Estudos feitos em vários cenários mostraram que risco de hospitalização foi menor para a Ômicron do que para a variante Delta. Considerando a imunidade prévia à infecção, a vacinação, incluindo doses de reforço, e as melhores opções de tratamento contribuem para resultados menos graves, o que torna difícil estimar o risco inerente de infecção grave”, afirma a agência europeia.

Ainda assim, “a maioria dos estudos encontrou redução de risco da ordem de 50% a 60%”, acrescenta.

Dados divulgados pelo centro europeu mostram que, do total de 155,15 mil casos da variante Ômicron, comunicados entre os dias 20 de dezembro de 2021 e 9 de janeiro deste ano, 1,14% resultaram em internamentos, 0,16% implicaram apoio respiratório nas unidades de cuidados intensivos e 0,06%, mortes.

Estudos iniciais sugerem que vacinas atuais podem ser menos eficazes contra Ômicron, embora proporcionem proteção contra hospitalização e doenças graves. Considerando a vantagem do crescimento da propagação e o elevado número de casos, quaisquer benefícios observados, de menor gravidade da doença, podem ser ultrapassados pelo simples número de resultados graves ao longo do tempo, alerta o ECDC.

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