Terça-feira, 03 de Dezembro de 2024

Home Brasil Pilotos de companhias aéreas brasileiras anunciam greve para segunda-feira

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Os pilotos e comissários de bordo das companhias aéreas decidiram, nesta quarta-feira (24), entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (29).

Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) – que representa funcionários de Gol, Latam, Azul, ITA, Voepass e Latam Cargo -, 50% dos trabalhadores deverão parar por dia, para manter parte dos voos operando.

A categoria pede um aumento de 15% nos salários, que não foram reajustados no ano passado devido à crise da covid. Ainda de acordo com o sindicato, as empresas ofereceram 3% de aumento.

A assembleia em que os trabalhadores decidiram deflagrar a greve ocorreu nesta quarta-feira, e segundo o presidente do SNA, comandante Ondino Dutra, teve a participação de cerca de 700 funcionários de companhias aéreas.

O setor da aviação foi um dos mais atingidos pela crise no ano passado e ainda não se recuperou completamente. Para sobreviver ao impacto causado pela pandemia, as empresas criaram programas de licença não remunerada – que foram sendo reduzidos aos poucos. A Latam demitiu 2.700 tripulantes, mas voltou a contratar em julho.

Gol e Azul não se posicionaram. A ITA não quis comentar o assunto. A Latam afirmou que, por meio do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), “segue empenhada em buscar o entendimento com todos os tripulantes para que seja possível superar de forma conjunta as consequências da pandemia”. A empresa informou ainda que todos os seus voos programados para a próxima semana estão mantidos e que informará se houver alguma alteração.

Veja nota divulgada pelo SNA:

“A categoria reivindica unicamente reajuste salarial que contemple a reposição das perdas inflacionárias nos últimos dois anos — INPC do período de 1º de dezembro de 2019 a 30 de novembro de 2021.

Além de apresentar proposta muito aquém de recompor as perdas salariais, já rejeitada pela categoria, o sindicato patronal ainda negou a ultratividade da atual CCT, ou seja, não garantiu a manutenção das cláusulas atuais da convenção em caso de um novo acordo não ter sido fechado até a data-base (1º de dezembro).

Desde o início da pandemia a categoria nunca parou de trabalhar, tendo enfrentado graves riscos de contaminação por covid-19, e deu sua contribuição no combate à doença transportando vacinas, insumos e equipamentos.

Além disso, pilotos e comissários deram colaboração importante para a recuperação das empresas aéreas ao aceitar, de maneira correta, reduções salariais e remuneratórias que perduram até hoje.

Porém é importante destacar que as próprias empresas apontam em seus informes ao mercado, assim como também demonstram notícias publicadas na imprensa, que o setor aéreo não só vem se recuperando aceleradamente como projeta para o futuro próximo um crescimento que não condiz com a intransigência de impor um achatamento salarial de toda uma categoria.

Os pilotos e comissários de voo do Brasil contam com a compreensão da sociedade e com o bom senso das companhias aéreas para evitar transtornos.”

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