Quinta-feira, 18 de Abril de 2024

Home em foco Primeira-ministra da Suécia dura apenas 8 horas no poder

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A social-democrata Magdalena Andersson renunciou à chefia do governo nesta quarta-feira (24), oito horas depois de ser eleita pelo Parlamento para substituir o primeiro-ministro demissionário Stefan Löfven, que renunciou este mês após sete anos no cargo.

A renúncia de Andersson, economista de 54 anos, aconteceu depois de ela perder apoio dos Verdes, um dos três partidos que formariam a sua coalizão, ao lado do Social-Democrata e do Partido de Esquerda. Andersson disse que tentará formar um novo Gabinete apenas com sua legenda, que tem a maior bancada, com 100 deputados, mas é minoritária no Parlamento de 349 cadeiras.

“Há uma prática constitucional segundo a qual um governo de coalizão renuncia quando um partido sai. Não quero liderar um governo cuja legitimidade esteja em questão”, declarou a líder social-democrata, acrescentando que espera ser reeleita em uma votação futura.

O Partido Verde anunciou a saída da coalizão depois que o Orçamento para 2022 proposto por Andersson foi rejeitado pelos parlamentares, em votação que ocorreu logo após sua eleição. A lei orçamentária, que precisa da aprovação da maioria dos deputados, não passou porque o Partido de Centro, que atua como fiel da balança no Parlamento, decidiu votar contra ele, em protesto contra a presença do Partido de Esquerda na coalizão de Andersson.

A nova primeira-ministra havia recebido 144 votos a favor e 174 deputados votaram contra seu nome, com 31 abstenções dos legisladores do Partido de Centro. Na Suécia, um candidato ao cargo de chefe de governo não precisa do apoio da maioria do Parlamento para ter seu nome aprovado; necessita apenas que a maioria (175) não vote contra seu nome.

Depois da renúncia de Andersson, os Verdes e o Partido de Esquerda disseram que apoiarão sua nova postulação, enquanto o Partido de Centro anunciou que irá se abster novamente, na prática abrindo caminho para a segunda confirmação da breve primeira-ministra.

Apesar de os três partidos terem divergido na votação do Orçamento, eles estão unidos na intenção de manter os Democratas Suecos, sigla da extrema direita, fora do governo. A oposição da direita tradicional, formada pelo partidos Liberal, Moderado e Democrata Cristão, não tem votos suficientes para superar a rejeição das siglas de centro e esquerda. Uma coalizão da direita tradicional com a ultradireita chegaria a 174 deputados, mas esbarraria no bloqueio de todos os demais partidos.

A Suécia está a menos de um ano das eleições legislativas, previstas para setembro de 2022 e que devem ser muito acirradas, refletindo a fragmentação partidária.

Embora o país seja considerado há muito tempo uma referência em igualdade de gênero, nunca teve uma mulher no comando do governo, ao contrário do restante dos países nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Noruega e Islândia).

Depois de assumir a liderança dos social-democratas, Andersson havia definido como prioridade política “recuperar o controle democrático das escolas, da saúde e dos cuidados com os idosos”, além de afastar o setor de bem-estar social da privatização. Ela também defendeu fazer da Suécia um modelo para a transição climática.

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