Sábado, 07 de Setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de maio de 2024
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta tem divergido sobre alternativas de respostas a crise climática do Estado.
A construção de um canal da lagoa dos Patos é uma das possibilidades a serem estudadas pelo governo federal para aumentar a velocidade de escoamento da água da lagoa para o mar. A ideia foi anunciada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, nos últimos dias. Em entrevista, Leite afirma que estudos já indicam ser uma obra de “muito difícil execução” e de que é o mar também interferiria na lagoa.
“Não basta pensar na água da lagoa escoando para o mar. O mar também interfere na lagoa. Se tiver água salgada acessando água doce, vai ter riscos aos ecossistemas e até a captação da água para consumo humano”, disse o governador ao Globo.
O ministro Pimenta afirmou discordar da ideia de cidades transitórias, levantada por Leite para receber desabrigados nas enchentes. De acordo com o ministro, o Rio Grande do Sul tem 80 mil pessoas em abrigos e o governo tem outra “concepção” sobre essa ideia.
“Surgiu agora o debate das tais cidades transitórias. A ideia seria quatro grandes cidades transitórias, com possibilidade de cada uma delas ter até 7,5 mil pessoas, isso é maior do que a grande maioria das grandes cidades do Brasil. Seriam onde a transição ocorreria”, afirmou.
“Temos outra concepção sobre isso, outra ideia sobre isso”, disse Pimenta ao Canal do Barão no Youtube.
O ministro afirmou que esse é o próximo grande desafio do governo é agilidade para oferecer casas e como fazer a transição entre os abrigos e as novas moradias.
“Esse é o grande debate, como o poder público oferece dignidade e condição para que as pessoas façam uma transição adequada até chegar o momento de elas voltarem a ter uma casa. E aí tem visões diferentes, concepções distintas, que vão aflorar de forma muito intensa a partir dos próximos dias.”
A indicação de Paulo Pimenta para ser o ministro extraordinário de reconstrução do Estado contrariou Leite. O entorno do governo, no entanto, afirma que agirá com cautela, mas manterá atenção aos movimentos de Pimenta. Entendem que o papel do ministro é dar apoio para estruturar a execução do trabalho que competem aos ministérios.
A escolha de Pimenta foi criticada dentro do próprio PT. Alas da legenda avaliam que mesmo que o ministro tenha êxito na função, a ação poderá ter a pecha de caráter eleitoreiro, com foco em cacifá-lo para disputar o Palácio Piratini em 2026. Petistas também preveem que o perfil passional de Pimenta entrará em atrito com Leite, que tentará delimitar espaço e não baixará a cabeça.
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