Terça-feira, 14 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 19 de janeiro de 2024
Em apenas um mês, Portugal registrou 2.830 mortes a mais que sua taxa normal. No período entre 18 de dezembro e 14 de janeiro, o país teve um aumento de 28% na mortalidade, o maior entre os membros da União Europeia, de acordo com o site europeu de vigilância da mortalidade EuroMomo. Segundo especialistas, a circulação do vírus da gripe no continente e a superlotação dos hospitais portugueses podem ser as principais razões.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal português Expresso, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), “foi estimado um excesso de mortalidade de 28%” entre as datas registradas. Nesta época do ano, o frio, a gripe e a circulação de outros vírus respiratórios são um cenário comum na Europa, no entanto, os índices portugueses fugiram do padrão.
“A circulação do vírus da gripe na Europa começou a aumentar nas últimas semanas de 2023, parecendo existir alguma evidência de maior precocidade na ocorrência da epidemia em Portugal do que nos outros países europeus. Sendo as epidemias de gripe geralmente associadas a aumentos de mortalidade, este fator pode estar na base das diferenças na mortalidade entre os vários países”, indica o Departamento de Epidemiologia do INSA.
A Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANSMP) também considera que a superlotação das alas de urgência dos hospitais e as equipes reduzidas podem ter comprometido o serviço de assistência, contribuindo para os níveis elevados de mortalidade.
“Como tínhamos equipes reduzidas e serviços limitados, não foi possível chegar a todos a tempo”, garantiu Gustavo Tato Borges, Presidente da ANSMP. “Por mais que os profissionais de saúde tenham trabalhado, a dificuldade de acesso pode ter condicionado alguma parte desta mortalidade.”
Segundo Borges, Portugal pode já ter ultrapassado o pico da gripe. O especialista considera que o país pode ter atingido o ponto mais alto da epidemia antes dos demais, que ainda estariam na fase crescente da doença.