Domingo, 15 de Setembro de 2024

Home Economia Poupança tem 51 bilhões de reais em saques de janeiro a março, maior retirada para o período desde 1995

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Balanço divulgado pelo Banco Central mostrou que os saques da poupança no primeiro trimestre do ano foi de R$ 51,2 bilhões. Foi a maior retirada acumulada para o período desde 1995. No primeiro trimestre do ano passado, os saques superavam os depósitos em R$ 40,37 bilhões.

Após retiradas recordes em janeiro e fevereiro, a fuga de recursos da poupança desacelerou em março, quando os brasileiros sacaram R$ 6,09 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança. A retirada líquida – saques menos depósitos – caiu 60,36% em relação a março do ano passado, quando os correntistas retiraram R$ 15,36 bilhões a mais do que depositaram.

Em 2022, a caderneta registrou fuga líquida – mais saques que depósitos – recorde de R$ 103,24 bilhões, num cenário de inflação e endividamento altos. Os rendimentos voltaram a ganhar da inflação por causa dos aumentos da taxa Selic (juros básicos da economia), mas outras aplicações de renda fixa são mais atraentes que a poupança.

Em 2020, a poupança tinha registrado captação líquida (depósitos menos saques) recorde de R$ 166,31 bilhões. Contribuiu para o resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia da covid e o pagamento do auxílio emergencial, que foi depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.

Em 2021, a poupança teve retirada líquida de R$ 35,5 bilhões. A aplicação foi pressionada pelo fim do auxílio emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros.

O estoque de valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou queda. Em fevereiro, o valor era de R$ 968 bilhões, que recuou para R$ 967,4 bilhões no fim de março.

Rendimento

Até recentemente, a poupança rendia 70% da taxa Selic. Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano, o que fez a aplicação financeira deixar de perder para a inflação pela primeira vez desde meados de 2020.

Nos 12 meses terminados em março, a aplicação rendeu 7,7%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 5,36%. O IPCA cheio de março será divulgado na próxima terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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