Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 12 de março de 2023
Aos poucos, a carne bovina está voltando para o cardápio dos brasileiros. Segundo o IBGE, em fevereiro, o preço da carne vermelha caiu 1,22%. É a maior queda no preço desse produto nos últimos 15 meses.
No IPCA, a variação das carnes reflete os preços de 18 subitens. Em fevereiro, a picanha foi o corte pesquisado com a maior queda (-2,63%). Em seguida, vieram fígado (-2,50%), alcatra (-2,50%), capa de filé (-2,37%) e costela (-2,28%). O preço do filé mignon caiu 1,77%, e ainda existe a possibilidade de mais queda nos preços.
“A gente entende que esse preço se mantém, pela oferta que nós temos hoje do produto – a carne bovina – e também pela reação do consumidor. Nós temos as vendas estáveis também, sem qualquer aquecimento. Então, a perspectiva é que esse preço se mantenha, até com uma tendência de queda”, diz Silvio Carlos Brito, presidente do Sindicato dos Donos de Açougues de Goiás.
Em novembro de 2021, as carnes haviam recuado 1,38%. Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IPCA, lembrou que os preços já vinham em uma trajetória de trégua após fortes altas na pandemia. Segundo ele, a baixa em fevereiro deste ano pode ter sido intensificada pelo impacto inicial do embargo às exportações brasileiras para a China. A suspensão teria resultado em um aumento da oferta no mercado interno. Os embarques para o país asiático foram paralisados a partir de 23 de fevereiro, após a confirmação de um caso de mal da vaca louca no Pará.
A variação do IPCA foi calculada a partir dos preços coletados no período de 28 de janeiro a 28 de fevereiro, segundo o IBGE. “As carnes já vinham tendo uma redução, mas nesse mês foi mais pronunciada. Por isso, acho que tenha efeito da redução das exportações”, disse Kislanov.
Baixa renda
Mas alertam que, mesmo com a redução, o tão sonhado churrasco no fim de semana ainda não é uma realidade pra todos os brasileiros.
“Principalmente para os brasileiros de baixa renda. Quanto menor a renda da família, mais distante da carne o brasileiro tende a ficar nesse momento. A carne não para de subir há anos. Então, como o consumidor já viu o preço da carne se distanciar muito do que ele pagava quatro anos atrás, obviamente ele não vai se contentar com uma queda pouco superior a 1%. Isso é muito pouco para convidá-lo a colocar carne no seu carrinho de compras”, acredita o economista da FGV André Vaz.
No Ar: Pampa Na Madrugada