Terça-feira, 17 de Setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de setembro de 2022
Mesmo após dois anos de home office e trabalho híbrido, ainda há divergências entre gestores e funcionários: enquanto 85% dos chefes ficam preocupados em não conseguir dizer se os subordinados estão produzindo, 87% dos trabalhadores afirmam estar dando conta do recado.
É o que revela uma pesquisa de comportamento corporativo da Microsoft, gigante de software e dona do LinkedIn. O medo constante dos gestores de ver equipes estagnadas está criando o que o diretor executivo da empresa, Satya Nadella, chamou de “paranoia da produtividade”, um comportamento com resultados indesejáveis – como o hábito de espionar os empregados.
“Os líderes pensam que os funcionários não estão produtivos, enquanto esses acreditam que não apenas estão produzindo, como muitas vezes até se sentem à beira de um burnout” — disse o executivo em uma entrevista à Bloomberg Television. Segundo ele, um dos pontos mais importantes para a empresa nesse novo mundo de trabalho híbrido é encontrar um meio termo nesse paradoxo.
A Microsoft tem feito pesquisas com funcionários de todo o mundo em diversas indústrias algumas vezes por ano durante a pandemia. A última delas entrevistou 20 mil pessoas em 11 países, mirando monitorar tendências e ajustar suas tecnologias para suprir as necessidades dos consumidores.
Os dados têm mostrado continuamente uma desconexão entre gestores e equipes, e a Microsoft tem oferecido ferramentas como um software de experiência do funcionário chamado “Viva” para preencher essa lacuna.
Usuários mensais
O Viva tem mais de dez milhões de usuários mensais ativos em empresas como a PayPal e a Unilever, que o utilizam para ajudar as equipes a alinhar as metas e manter contato.
Mas mesmo com as novas ferramentas de comunicação para aproximar o contato entre os chefes e os empregados, a empresa quer que os executivos se certifiquem de que o monitoramento do ambiente de trabalho não é a saída para aumentar a produtividade.
“Há um debate cada vez maior sobre vigilância dos trabalhadores, e nós temos um ponto de vista contundente sobre isso: simplesmente acreditamos que é errado”, disse o vice-presidente da Microsoft Jare Spataro. Ele afirmou não crer que os funcionários devem ser observados, e ficar de olho em cliques de mouse e outras coisas, “porque de várias maneiras sentimos que isso é medir movimentos ao invés de resultados”.
A própria Microsoft precisou ajustar e reduzir alguns recursos em seus produtos voltados para o local de trabalho, porque eles permitiam esse tipo de comportamento. Em 2020, a empresa fez alterações no recurso chamado de Productivity Score, porque defensores de privacidade reclamaram que ele tornava muito fácil bisbilhotar os trabalhadores individualmente.
Tendências corporativas
Outras tendências de trabalho pós pandemia, como a demissão em massa e o “quiet quitting”, parecem estar diminuindo. Pela primeira vez em 18 meses, o que LinkedIn e Microsoft chamaram de “Grande Reorganização” e outros chamaram de “Grande Resignação” está diminuindo.
O crescimento ano a ano de pessoas que mudam de emprego no LinkedIn agora é estável, de acordo com Ryan Roslansky, CEO da empresa. E mais anúncios de emprego são para trabalhos presenciais.
Antes da pandemia, 2% dos empregos no LinkedIn eram listados como remotos, número que subiu para 20% em março de 2022. Agora caiu para 15%, disse ele.
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